terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pinceladas de Cosmologia em alguns de seus tons

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Inflaton

Em Cosmologia, o campo associado pelos físicos à energia potencial armazenada cerca de 10^-35 segundos após o Big Bang, resultando na repulsão gravitacional, acelerando a matéria.

A aceleração ocorre após o Big bang devido a um campo inflaton.

Ainda não é plenamente estabelecido o que este campo realmente seja e nem a origem de sua enorme energia potencial inicial.

startswithabang.com



Na Teoria das Cordas, a inflação ocorre antes do Big Bang como resultado das simetrias.


Dilaton

Em Cosmologia, dilaton é o nome dado pelos físicos o campo em Teoria das Cordas que determina a intensidade global de todas as interações, adquirindo diferentes valores em diferentes épocas cosmológicas (eras) ou em regiões remotas do espaço, fazendo variar, inclusive ainda hoje, as constantes físicas fundamentais do universo.

O dilaton pode ser interpretado como o tamanho de uma dimensão extra de espaço, atribuindo o total de 11 dimensões para o espaço-tempo na Teoria das Cordas.

Embora nas equações de Einstein nenhuma simetria entre fatores de escala do universo apareçam, ela surge na Teoria das Cordas, onde o dilaton possui papel central.

Os cenários cosmológicos de "pré-Big Bang"* e ecpirótico compartilham características, sendo que a principal está no comportamento do dilaton.

*Aspas mais que necessárias, e veremos adiante o motivo.

Soo-Jong Rey; Holographic principle and topology change in string theory, 1999 Classical and Quantum Gravity Volume 16 Number 7 L37 doi:10.1088/0264-9381/16/7/102


No cenário "pré-Big Bang", o dilaton começa com um valor baixo, tornando fracas as forças de interação da natureza e aumenta de intensidade continuamente. Neste cenário, envolve-se um campo quântico, o áxion, ao dilaton relacionado.

No ecpirótico, as colisões ocorrem quando as forças são mais fracas.

O campo dilaton está acoplado ao campo eletromagnético, levando em sua flutuação este campo à flutuações de larga escala.



Modelos Cíclicos

Existem duas abordagens principais para os chamados cenários que resultam no "Big Bang": a Gravidade Quântica em Loop - ou Laço, como dizem meus companheiros de Wikipédia lusitanos - e a Teoria das Cordas.

Na abordagem da teoria das cordas surgem por sua vez dois cenários: o chamado "cenário pré-Big Bang" e o "cenário ecpirótico".

hermes.aei.mpg.de



Cenário ecpirótico

Em cosmologia cenário ecpirótico (significando 'conflagração') é o cenário desenvolvido pelo grupo de cosmólogos e Teoria das Cordas que inclui Justin Khoury, da Columbia University, Paul J. Steinhardt da Princeton University, Burt A. Ovrut, da University of Pennsylvania, Nathan Seiberg, do Instituto de Estudos Avançados de Neil Turok, da University of Cambridge, baseando-se que nosso universo é apenas uma de muitas branas flutuando dentro de um espaço com dimensões superiores.[Nota]

Tais branas exercem forças atrativas entre si e ocasionalmente colidem. O Big Bang seria o impacto (ou "toque", como é usual expressar-se neste campo da Física) com a nossa.

Em modelos variantes de tal abordagem, tais colisões ocorrem em ciclos, com branas chocando-se e afastando-se, com expansões e contrações das branas entre os intervalos correspondentes à expansões aceleradas do universo, o que pode ser indício de uma nova colisão.

É um cenário cosmológico concorrente ao chamado cenário "pré-Big Bang" e com ele compartilha características, guardando a principal diferença no comportamento do dilaton.

westernparadigm.wordpress.com - ver esta página para uma animação das branas em seus movimentos e toques.


Uma observação: As branas colidem convertendo sua energia cinética em matéria e radiação.

Nota: Para um entendimento do que sejam branas, ,melhor ainda dizer-se D-branas, recomendamos o artigo rápido da Wiki {pt}  D-brana ou o bem mais completo da Wiki {en} D-brane, que para ser entendido, requer o conhecimento do que sejam condições de contorno de Dirichlet.



Cenário "pré-Big Bang"


Em Cosmologia, cenário pré-Big Bang foi uma tentativa pioneira de aplicar-se a Teoria das Cordas à Cosmologia, de maneira que o Big Bang não é a origem primeira do universo, mas um momento de transição. Neste cenário antes do Big Bng a expansão se acelera, depois desacelera. A trajetória de uma galáxia através do espaço-tempo neste cenário assume a forma de um cálice de vinho.

Neste cenário, o universo sempre existiu, estando no passado praticamente vazio, com forças como a gravitação inerentemente fracas.

Tais forças se intensificam e aglutinama matéria e em determinadas regiões formam um buraco negro o qual se expande à taxas cada vez mais aceleradas, separando a materia interior da matéria exterior.

Neste buraco negro, a matéria "migra" - novamente necessárias aspas - para o centro e aumenta em densidade até atingir o limite imposto pela Teoria das Cordas. Quando a matéria atinge tal densidade, expande-se em um Big Bang. Externamente a tal buraco negro, outros buracos negros se formam, cada um um universo distinto.

cerncourier.com



Este modelo começou a ser desenvolvido em 1991 por Gabriele Veneziano, combinando a "dualidade T" com a simetria de inversão temporal.

Na teoria convencional da expansão do universo, a aceleração ocorre depois do Big Bang devido a um campo inflaton.

No cenário pré-Big Bang, a inflação ocorre antes como resultado da simetria das Teoria da Cosdas, produzindo a aceleração (inflação) que permite o universo ser homogêneo e isotrópico.

O universo pré-Big Bang apresenta-se em teoria como uma imagem espelhada do universo pós-Big Bang - o que chamamos de "nosso universo", ou, numa imagem bem humana, antropocêntrica até na nossa medida de tempo, "atual".


  • M. Gasperini, G. Veneziano; The Pre-Big Bang Scenario in String Cosmology, 2002 - PDF

  • M. Gasperini; Phenomenological Aspects of the Pre-Big-Bang Scenario in String Cosmology, 1994. - arxiv.org - PDF

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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Rabiscos III


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Os mecanismos visuais da memória-
Um futuro complemento à minha série "A Origem...de muitos erros"



Recentemente, tive a desagradável experiência de me esquecer completamente o nome de uma atriz da qual gosto muito.

Lembrava perfeitamente de sua imagem, lembrava de seu trabalho em Tina, Lanterna Verde, A Última Cartada, Contato, e a pérola de antecipação que considero mas por mais que lembrasse filmes, até detalhes de seu cabelo em cada um destes filmes, não lembrava seu nome.

Explicação: a "pilha de neurônios" responsável por armazenar seu nome com sua imagem não estava associada com a "pilha" de armazenar sua imagem com os filmes dos quais participa.

Porém, mal a vi numa rápida aparição no DVD da comédia Guerra é Guerra que lembrei imediatamente de seu nome. Meu cérebro necessitava do estímulo visual, não do lembrar de uma imagem armazenada, para associar a imagem da atriz com seu nome.

Situações como esta nos levam à questão do quanto pesam tais fenômenos como uma argumentação contra o "res cogitans" (Wiki em {en} 1 ; Wiki em {en} 2) ou "cérebro radinho" (ironia), de algo que seja a mente, operando distinta e apenas conectada pelo cérebro e suas estruturas (sabe-se lá qual dentre elas seria e por que raios de mecanismos).

Se existe uma mente "somada" ou "externa" ao cerebral, como diabos não temos acesso a não ser por determinados mecanismos específicos e completamente orgânicos (visão) ao dado que estariam - anlogia aqui adequada - no HD que nossas memórias armazena?



Medo, este nosso amigo
E como a falta dele um dia foi uma necessidade


injury.com

O medo como mecanismo de proteção

O medo, antes de um inimigo do humano, é um protetor de seu sistema operando - em termos banais, sua vida.

Um agente da polícia, em missão de risco, não deve anular o medo, deve usá-lo. A intemeridade leva em determinadas atividades, mesmo coisas não violentas, como operar com eletricidade ou explosivos, ao acidente.

A ponderação da velhice e o ímpeto perigoso da juventude, 
e sua associação com os acidentes e riscos

Uma certa prudência é um mecanismo que foi em nós selecionado culturalmente, talvez mais que biologicamente, para ser um protetor de nossa própria existência. Afirmo com alguma corajosa segurança que seja cultural, pois é característicos que crianças pequenas, se veem uma porta de avião aberta, uma porta de elevador, uma escada num shopping que o seja, tristeza, não tardarão em achar que por ali podem sair voando. Até mesmo casos de irem perturbar animais selvagens em circos ou zoológicos são comuns, mesmo com um certa repulsa natural que temos, e concordo biologicamente, a certos insetos e aracnídeos, mesmo na primeira infância.

Mas uma certa imprudência, e ímpeto pelo perigo, parece-me biológicos, e claro.

Enquanto no mundo digamos primitivo, tínhamos poucos anos para nos reproduzir, e o correr riscos era necessário, até nevrálgico, para perpetuarmo-nos como espécie, corríamos riscos. Noutros termos: dânem-se os leões, siamos a copular pois nada nos restará em pouco tempo.

Ainda hoje, estes mecanismos atuam nas profundezas de nossos cérebros, vide os risco e insensatez que correm nossos jovens, da adolescência até uma maturidade que não existia em nosso passado mais remoto, pois nenhum humano durava na savana africana e mais um tanto depois, pelas florestas, desertos e planícies do undo, mais que uns 50 anos, a não ser, em insignificantes biologicamente raros casos.


Tudo nos é direcionado, no cultural, pelo hábito, inclusive,. a prudência e um medo protetor.


Sobre hábitos, recomendo: 




Linguagem


Os rudimentos de linguagem, até a sintaxe, são transmitidos geneticamente, e tal foi inclusive corroborado por duas neurocientistas brasileiras. Mas a língua, no sentido que esta tem na linguística, aquelas coisas quediferenciam o inglês do basco e o indi do chinês, no espaço e no tempo (geografia e história) é cultural, e relaciona-se com esta tão discutida jovem ciência chamada Memética. Assim, não é porque, banalidade das banalidades, que uma família tailandesa adota uma criança mulata brasileira que ela vai falar "caipirês ou baianês", e nem porque uma família italiana adota uma criança africana que ela vai falar bantu senegalês de seus ancestrais de 10000 anos atrás.


Leituras extras

Para quem estiver interessado em Conexionismo e suas oposições:


Sobre mente e linguagem, básico do básico:

  • António Damásio e Hanna Damásio; O Cérebro e a Linguagem; Revista: Viver Mente-Cérebro;  Scientific American, Ano XIII Nº143 - Dezembro 2004
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