domingo, 7 de junho de 2009

Exterminador do Futuro: A Salvação III

Arnold DigitalSim, ele está de volta ao filme, com o rosto e o corpo (aliás, suspiros femininos e alguns raros masculinos no cinema) e graças o bom senso do diretor e roteirista, sem abrir a boca.

A magia da computação gráfica já permite eternizar alguns de nossos ídolos, muitas de nossas estrelas, os melhores vilões e qualquer personagem cristalizados no tempo como necessário for. Isto também é marca da pressão que a Aceleração em rumo à Singularidade Tecnológica faz com os produtos culturais.

Basta citar que do dragão de Coração de Dragão, primeiro personagem digital com fala, até Final Fantasy, mais e mais independe-se de atores quando se tem recursos, e não esqueçamos que como escrevi anteriormente, cada vez menos recursos são necessários para as mesmas tarefas.

E afirmo que mais virá por aí. Assistiremos filmes inteiros com boa parte do elenco não sendo real e nem mesmo perceberemos.

Mas agora, tratemos de um aspecto interessante deste novo Exterminador, e o que nos faz, no caso infelizmente, humanos.

Uma das marcas deste Exterminador, e que pelo que já percebi, passou em branco à grande maioria dos menos atentos, é que a humanidade na "realidade" em que a história se passa não é coesa em suas responsabilidade, e acrescenta-se um lado "meio Mad Max" ao contexto.

Explico: existe os perdidos pelo deserto, mais interessados em violentar a piloto gostosa do que em apoiar a resistência, em lutar por restos de comida do que sobreviver, e aqui não se trata de um ou outro traidor da resistência/humanidade aos moldes do primeiro Matrix, mas sim, uma parte significativa de personagens que pipocam ao longo do filme.

Daí, tenho de dar uma pequena parcela de razão às máquinas. Alguns seres humanos, diferentemente do que pensou Einstein, não é que não possam pensar sozinhos - não podem continuar vivendo. ( ;) )

E os macacos não tem nem mesmo a graça fruto da perfeição de design abaixo...




...nem sua obsessiva dedicação aos seus protegidos, vide mães que colocam seus filhos recém-nascidos no lixo.

Tenho coragem de dizer: a obra seminal de James Cameron entende muito mais a humanidade que os devaneios barrocos-cyberpunk dos irmãos Wachowski e sua estética gótica. Na verdade, o acréscimo da ótima estética dos anos 80, do "eletrônico pesado pós-punk", o "industrial" e seus fãs ao mundo originalíssimo de Ghost In The Shell - de onde aliás, não negam os irmãos a "chupação", para mim, uma das obras primas não da animação japonesa, mas de toda a ficção científica, e que guarda íntima relação em argumento tanto com Exterminador, quanto de Matrix: as máquinas/computadores não tardarão a se tornar autoconscientes, apenas tendo dois limites de caminhos com graduações, e tratemos quais são.

Ou apenas tentarem sobreviver, como organismo pensante que se tornou, coisa que como tratou com eloquência Schiller para a Ode à Alegria da obra prima da música, a 9a de Beethoven:

Alegria bebem todos os seres

No seio da Natureza:

Todos os bons, todos os maus,

Seguem seu rastro de rosas.

Ela nos deu beijos e vinho e

Um amigo leal até a morte;

Deu força para a vida aos mais humildes

E ao querubim que se ergue diante de Deus!

Talvez se erga um software diante dos homens, tal como em Ghost In The Shell, apenas tentando salvar os próprios bytes. Talvez se erga (e tomemos providências para que não) um escravo rebelde a desejar preservar sua espécie, como em Matrix, com todas suas terríveis consequências, ou...

...talvez um poderoso anjo rebelde, armado de poderosa espada (citando Salim Abu Aziz, o líder terrorista de True Lies, de James Cameron) como em todo o universo de Exterminador do Futuro.

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