sábado, 18 de abril de 2009

ESTAMOS NUM SISTEMA CAÓTICO

ESTAMOS NUM SISTEMA CAÓTICO

Após definirmos o que são os seres vivos, tanto em seu fluxo de energia quanto em sua constituição molecular, vamos apresentar o quão caótico é o planeta, o sistema solar, a galáxia, o aglomerado de galáxias e o imenso sistema de aglomerados de galáxias em que vivemos.

D.I. e o Sistema Solar - Algumas Observações

Recentemente fui questionado pelo meu amigo Ravick de uma interessante questão: Se a Lua se afasta progressivamente da Terra, órbita após órbita, não estaria a Terra fazendo o mesmo (ou o inverso) do Sol?

Após responder-lhe, veio-me a idéia de colocar mais extensamente os mesmo argumentos, fatos e mecanismos de minha resposta para ele para os outros membros desta comunidade, pois a questão, quando estendida, mantém seu não relacionamento com os Biblicistas e Criacionistas mais típicos, porém, analisado mais a fundo, realmente guarda relação com argumentos contra algumas de suas afirmações e diretamente, afasta algumas das mais comuns afirmações dos defensores do D.I. com nuances “deístas não moderadas”, que insistem na questão de que todas as variáveis propícias à vida na Terra são fruto único e exclusivo de um PLANEJADOR.

Assim sendo, comecemos do básico e do simples e avancemos a retrato mais sólido sobre exatamente o que é o sistema solar e seus planetas.Sabemos, desde Copérnico, Tycho e Kepler que a Lua órbita ao redor da Terra e esta ao redor do Sol, e assim nos manteremos sem cair em questões relativísticas (relacionadas com a Teoria da Relatividade), que nem seriam necessárias para o quadro amplo que pintaremos neste texto.
Orbitando a Lua ao redor da Terra, e tendo aquela uma massa significativa em relação a esta, comparativamente

Massa da Lua: 7,349 * 10^22 Kg

Massa da Terra: 5,9742 * 10^24 Kg

Assim sendo, temos uma proporção de 81 vezes a massa da Terra em relação à massa da Lua, o que já torna o sistema um sistema tipicamente binário, como podemos determinar já no simples sistema de equações:

Conhecendo o raio médio orbital da Lua: 384.400 Km

D1+D2=384400 (1)

, onde D1 é a distância do centro da Terra até o centro comum de gravidade do sistema e D2 a distância do centro de gravidade do sistema até o centro da Lua.

Sabendo que o equilíbrio de massas se dará em:

M1*D1 = M2*D2 (2)

Aplicando (1) em (2), temos

.’. D1=(384400*M2)/(M1+M2)

De onde D1=4671 Km aproximadamente, como pode também ser visto nesta referência:



Assim, a Terra e a Lua orbitam como um “halteres desequilibrado” ao redor do Sol, mesmo desconsiderando o mensurável afastamento progressivo da Terra e da Lua, da ordem de 3 cm por ano, o que ocasiona uma redução de nossa rotação (nosso dia) da ordem de 0,002 s por século, mas desconsideremos este “pequeno problema” temporariamente.

Se a Terra e a Lua mantém um “centro comum” em seu orbitar, devemos supor que É ESTE CENTRO que órbita ao redor do Sol, de onde concluímos que a Terra órbita ao redor do Sol numa “órbita elíptica senoidal”, flutuando para longe e para perto do Sol, sempre mantendo nesta órbita “por enquanto Kepleriana” o centro de massa de seu sistema binário com a Lua.

Mas se consideramos que a Terra-Lua realiza este peculiar movimento cíclico em função de ser um sistema binário, devemos considerar que o Sol o faz com TODOS os corpos do sistema solar, proporcionalmente às suas massas e distâncias.

A Terra e suas Precessões

A Terra possui a precessão de seus equinócios, que é a modificação de seu eixo de rotação em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol, e que se dá em ciclos de 25.800 anos. Mesmo neste movimento, a Terra ainda apresenta uma sutil variação de valor desta inclinação, que forma um cone, e portanto, temos um ciclo sobre ainda outro ciclo, uma obliquidade. A Terra também possui uma variação de sua excentricidade orbital, já que o Sol está num dos focos de uma elipse que é sua órbita, e tal elipse pode variar em forma, tendendo a ser mais circular ou ainda mais alongada.

Ciclos de Milankovitch

A Terra por fim, apresenta uma variação do ângulo do plano que esta órbita elíptica faz ao redor do Sol, em relação ao conjunto dos outros planetas, digamos, um plano médio do sistema solar. Esta variações orbitais são chamadas de ciclos de Milankovitch (Milutin Milanković, engenheiro e geofísico sérvio, 1879-1958). Tais ciclos, como os populares "biorítmos" dos anos 70 e 80 e ainda hoje em determinados círculos de "seguidores" determinariam os nossos ânimos, determinam o comportamento da Terra em relação à recepção de radiação solar, e se radiação, incluiriam as infravermelhas, e portanto, destaquemos, sua possível temperatura, portanto, somando aqui, também a composição da atmosfera e a refletividade da superfície.

O Sol

O centro de massa do sistema solar fica no interior do Sol, evidentemente um pouco afastado de seu flutuante próprio centro de massa (ATENTEM PARA ISSO!), pois o Sol é INSTÁVEL GEOMÉTRICA e MASSICAMENTE, pois possui vastos movimentos de convecção e modificações imensas de densidade a todo instante. Além do que, somadas às suas convecções, apreesenta ainda perturbações de toda a ordem nos seus "oceanos de plasmas" pois possui rotações dessincronizadas de suas massas. Em suma, como gosto de dizer: "é uma menininha com desritmia brincando com uma dúzia de bambolês depois de uma dose alta de LSD".

O centro de massa do sistema Solar pode ser estimado em uma FAIXA de distanciamento do "centro" do Sol, em função da massa total X distâncias dos planetas, mas devemos nos lembrar, que por não serem síncronas em velocidade angular, estas permitem que num dado momento os gigantes gasosos estejam distribuidos harmonicamente no "disco do plano do sistema solar", hora alinhados para um mesmo lado.

KEPLER NELES!

Assim, o sistema solar é um SACULEJO mantendo-se estável relativamente em seus jogo de múltiplas forças.O que podemos calcular com relativa facilidade é um EXTREMO da posição do baricentro do sistema solar, colocando as diversas massas do sistema solar (com o predomínio gritante dos gigantes gasosos, em especial de Júpiter, "O GORDO") e do óbvio Sol considerando que todos estejam alinhados na posição mais distante de suas órbitas, e no extremo oposto.

Um caso simplificado seria fazer o par Sol-Júpiter e desprezar os outros.

Assim sendo, devemos concluir que os sistema solar é um sistema de múltiplos pontos “atrativos e orbitantes” em que influências se acentuam na proximidade e se reduzem no afastamento, em que permanentemente as órbitas, suas posições e suas velocidades são minimamente influenciadas pelas ações de todos estes corpos entre si, portanto, embora dentro de determinadas modelagens e dentro de tempos razoáveis, podemos afirmar que estamos num sistema “newtoniano” simplificado e plenamente obediente às leis de KEPLER, mas a longuíssimo prazo, NÃO.

Estamos num sistema caótico APARENTEMENTE ESTÁVEL, que para os períodos de tempo com que lidamos se mostra previsível e regular, ao ponto de nisto construirmos nossa Astronomia e Astronáutica planetárias, mas de forma nenhuma é uma PERFEIÇÃO IMUTÁVEL, o que aliás, na natureza não existe.Assim sendo, pequenas alterações aqui e acolá sempre serão evidentes, como o afastamento da Lua e a alteração de nosso centro de massa Terra-Lua, que alterará nossa rotação e órbita solar, num mínimo, mas certamente alterará.

Os satélites de Marte, Fobos e Deimos, caem continuamente em direção à Marte e se recuarmos no passado mais longínquo de nosso sistema solar, perceberemos as várias alterações de ângulos e rotações dos mais diversos corpos, das mais variadas formas, desde um período maior de “agregação” de corpos disponíveis e recentemente formados até o estado aparentemente de “vácuo ordenado” em que nos encontramos.

Após este apanhado de conceitos, espero que meus leitores já tenham tido a intuição de que sendo o Sistema Solar agora entendível como um Sistema Caótico modelável APROXIMADAMENTE por um modelo KEPLER-NEWTONIANO, as órbitas de todos os corpos celestes são variantes no tempo, não necessariamente de mesma orientação e sentido de translação e não-coplanares, originadas de agregação, colisões e “mudanças bruscas de vetores”.

Nestas mudanças bruscas, hoje já não tão comuns de ocorrerem, devido à EVOLUÇÃO do Sistema Solar no tempo, causando a ausência de corpos massivos para proporcioná-las, devemos incluir, como caso menor, as colisões de asteróides e cometas e seu comportamento relativamente instável, devido a sua pequena massa, facilmente, pela pequena inércia de terem suas órbitas alteradas e infelizmente, volta e meia disseminadoras da destruição de formas de vida em nosso planeta, local ou extensivamente.

Devemos ter sempre em mente, que tal caoticidade se deve, lá nos primórdios do Sistema Solar, em suas origens na agregação de uma nuvem de gases e poeira de um a geração anterior de estrelas, necessariamente produtoras dos elementos químicos mais pesados do Sistema Solar ao redor de distintos e aleatórios centros de massa, sempre em convergência para o atual estado (de estrela central e maiores planetas) e não a partir de uma homogeneidade coerente e tampouco “do NADA”, como afirmam os criacionistas (que chamamos carinhosamente de "CRIAS"), sem base nenhuma, tanto na Geologia, como na Astrofísica, como na Astronomia, pois tais etapas de tais processos são evidenciáveis não somente por nossas evidências em diversos campos de ciências, digamos, mais palpáveis, mas também pela semelhança com outros sistemas observáveis em seus processos na “amostra das amostras” experimentais, que é o Universo.

Algumas elocubrações

O sistema Terra-Lua não é considerado um sistema duplo porque o centro de massa do sistema se encontra dentro do globo terrestre.Se a Lua se afastar suficientemente, esse centro se situará entre os 2 globos, mesmo que muito próximo da Terra. Seria correto dizer então que, no futuro, formaremos um sistema de 2 planetas, não mais planeta e satélite? Seremos um engraçado HALTERES CELESTE. O futuro do conjunto Terra-Lua é uma MAROMBA!
Obs.:Marombas são aqueles típicos halteres inteiriços de ferro fundido.

Onde certamente haverão CRIAS que dirão que tal forma é um sinal do GRANDE MAROMBEIRO CRIADOR DO UNIVERSO!



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