Iniciemos poupando-nos de definir o que seja vigorexia, pois já o fiz longamente no artigo da Wikipédia, que por sinal, necessita ser revisado e ampliado.
Ao construir este artigo, e com a experiência que tenho de mais de 26 anos de prática e estudo sobre musculação e nutrição específica para a hipertrofia muscular, além do convívio com praticantes de halterofilismo (e como veremos, com um número qualquer de pessoas foradeste meio), construi um conceito que acho que deve ser acrescentado, pelo menos não por enquanto na Wiki, mas aos meus leitores, e se possível, médicos e psicólogos. Farei isto inclusive com a esperança de que os mais de 200 que me lêem por semana atualmente somem opiniões.
Vigorexia, como pode-se ver no artigo, é também chamada de síndrome de Adônis. Mas vigorexia, além da questão estética, beleza, também engloba o desempenho em exercícios/atividade física, e aqui entram desde os levantadores de peso, com seus corpos não tão "inflados" como os fisiculturistas "de ponta", até os corredores compulsivos, líderes absolutos da catabolia ou perda de peso, sejamos mais populares.
Então, a vigorexia leva ao que os norteamericanos chamam de over training, que prefiro traduzir como "sobre-treinamento" que aliás, é o correspondente para vigorexia na Wiki em inglês.
Destaquemos que inúmeros esportistas e hobbystas de diversos esportes, desde o atletismo até o tênis, podem sofrer de vigorexia e conduzirem-se ao sobre-treinamento, mas jamais terão grande (e nem tem interesse na verdade) volume muscular, muito menos no enorme dos fsiculturistas e halterofilistas.Em outros termos, a obsessão leva ao excessivo desgaste.
Mas note-se: os fisicultuiristas dedicam-se ao anabolismo como predominante, logo, não podem exagerar nos exercícios, e diz-se, inclusive, "que o estímulo deve ser necessário e suficiente".
Assim, os fisiculturistas de competição e os halterofilistas (no sentido de "amantes dos pesos") seguindo os melhores critérios da musculação e nutrição com fins hipertróficos não chegam ao sobre-treinamento, apenas visam o volume muscular (aqui desprezemos a qualidade e o que chamamos de "definição", que é a pouca gordura corporal dos fisiculturistas de competição e os melhores praticantes de halterofilismo).
Logo, em contrapartida aos outros praticantes de atividade física, os sintomas referentes à vigorexia no psicológico, que é a auto-imagem distorcida, obsessão, comportamentos típico relatados no meu (como predominante colaborador) artigo da Wiki são característicos dos praticantes de musculação com fim hipertrófico, mas não a marcha para o sobre-treinamento (embora lesões diversas podem ocorrer, especialmente articulares e distensões).
Pois o excessivo desgaste conduz à catabolia, e esta resulta na diminuição do volume muscular.
Assim, proponho o desenvolvimento do conceito de oicorexia,(de όγκος, volume em grego) que seria a obsessão pelo volume corporal.
Assim, um oicoréxico seria um vigoréxico, pois o oicoréxico sofre basicamente de uma imagem corporal distorcida para o fraco, ainda que tendo 1,80 m e mais de 110 quilos de múculos praticamente sem gordura, pensa-se* fraco, mas um vigoréxico por corridas de fundo e frequentar a academia durante 4 horas seguidas, que não aceita com a mesma altura pesar mais de 80 quilos não seria um oicoréxico.
*Este conceito deve ser destacado.
Vênus e Adônis, Jacob Adriaensz Backer
Deveria se somar para explicar este meu conceito, a conceituação apresentada por Arnold Schwarzenegger em sua Enciclopédia de Fisiculturismo e Musculação.
Até o fisiculturista Mr. Olympia (a mais importante competição do fisiculturismo mundial) Lee Haney, os fisiculturistas eram predominantemente o que ele trata por "apolíneos", similares, "inspirados na semelhança", ao deus Apolo.
Após Lee Haney, os fisiculturistas tornaram-se mais "hercúleos", como Dorian Yates.
Para os que não entenderam nem perceberam a diferença, deve-se destacar que o volume muscular dos hercúleos é maior, mas maior é sua cintura (e até o volume do abdômen), exatamente lembrando as representações de Hércules e Apolo.
Recentemente, a tendência parece ser a dos fisiculturistas apolíneos, mas isto pouco interessa, pois grande parte dos praticantes de musculação com o perfil do agora definido oicoréxico pouco se interessa por competições de fisiculturismo.
Seu único e claro objetivo é "ficar grande", custe o que custar.
Por este e outros motivos, os praticantes de musculação, independente de "bad boyzismos" (agressividade e comportamentos violentos quando não criminosos), hoje disseminam-se como epidemia (na Europa assim é tratado) e consomem até anabolizantes para animais domésticos, medicamentos que embora esteróides tem outros fins, não anabólicos propriamente ditos (um exemplo destacado é o notório Hemogenin, oximetolona, destinado a tratamento de determinadas anemias, vide o próprio nome), misturas vitamínicas perigosas e inclusive a perda das noções de estética. Soma-se isso o simples aumento corporal para obter-se emprego como profissional de segurança entre os jovens de classes menos favorecidas*.
Este fenômeno gerou mortes por intoxicação por diversas substâncias anabolizantes em Goiás, recentemente.
As mortes por cirrose hepática tóxica, os futuros cânceres de fígado e próstata, as virilizações (masculinização de mulheres) podem ser pauta para outra blogagem.
Assim, devemos manter olhos atentos sobre esta moléstia, pois os hércules podem estar fora de si, como vemos na ilustração que abre esta blogagem.
Para tornar o assunto mais leve...
De uma pixação, em frente a uma academia que frequentei em Campinas: "Muitos fala, nada fais".
Ao que comentei quando li: -As peçoa tão cuns pobrema! (A grafia é deduzível quando falo deste jeito.)
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