sábado, 26 de setembro de 2009

Vigorexia e um novo conceito

Hércules Bêbado, Peter Paul Rubens.

Iniciemos poupando-nos de definir o que seja vigorexia, pois já o fiz longamente no artigo da Wikipédia, que por sinal, necessita ser revisado e ampliado.

Ao construir este artigo, e com a experiência que tenho de mais de 26 anos de prática e estudo sobre musculação e nutrição específica para a hipertrofia muscular, além do convívio com praticantes de halterofilismo (e como veremos, com um número qualquer de pessoas foradeste meio), construi um conceito que acho que deve ser acrescentado, pelo menos não por enquanto na Wiki, mas aos meus leitores, e se possível, médicos e psicólogos. Farei isto inclusive com a esperança de que os mais de 200 que me lêem por semana atualmente somem opiniões.

Vigorexia, como pode-se ver no artigo, é também chamada de síndrome de Adônis. Mas vigorexia, além da questão estética, beleza, também engloba o desempenho em exercícios/atividade física, e aqui entram desde os levantadores de peso, com seus corpos não tão "inflados" como os fisiculturistas "de ponta", até os corredores compulsivos, líderes absolutos da catabolia ou perda de peso, sejamos mais populares.


Então, a vigorexia leva ao que os norteamericanos chamam de over training, que prefiro traduzir como "sobre-treinamento" que aliás, é o correspondente para vigorexia na Wiki em inglês.

Destaquemos que inúmeros esportistas e hobbystas de diversos esportes, desde o atletismo até o tênis, podem sofrer de vigorexia e conduzirem-se ao sobre-treinamento, mas jamais terão grande (e nem tem interesse na verdade) volume muscular, muito menos no enorme dos fsiculturistas e halterofilistas.

Em outros termos, a obsessão leva ao excessivo desgaste.

Mas note-se: os fisicultuiristas dedicam-se ao anabolismo como predominante, logo, não podem exagerar nos exercícios, e diz-se, inclusive, "que o estímulo deve ser necessário e suficiente".

Assim, os fisiculturistas de competição e os halterofilistas (no sentido de "amantes dos pesos") seguindo os melhores critérios da musculação e nutrição com fins hipertróficos não chegam ao sobre-treinamento, apenas visam o volume muscular (aqui desprezemos a qualidade e o que chamamos de "definição", que é a pouca gordura corporal dos fisiculturistas de competição e os melhores praticantes de halterofilismo).

Logo, em contrapartida aos outros praticantes de atividade física, os sintomas referentes à vigorexia no psicológico, que é a auto-imagem distorcida, obsessão, comportamentos típico relatados no meu (como predominante colaborador) artigo da Wiki são característicos dos praticantes de musculação com fim hipertrófico, mas não a marcha para o sobre-treinamento (embora lesões diversas podem ocorrer, especialmente articulares e distensões).

Pois o excessivo desgaste conduz à catabolia, e esta resulta na diminuição do volume muscular.

Assim, proponho o desenvolvimento do conceito de oicorexia,(de όγκος, volume em grego) que seria a obsessão pelo volume corporal.

Assim, um oicoréxico seria um vigoréxico, pois o oicoréxico sofre basicamente de uma imagem corporal distorcida para o fraco, ainda que tendo 1,80 m e mais de 110 quilos de múculos praticamente sem gordura, pensa-se* fraco, mas um vigoréxico por corridas de fundo e frequentar a academia durante 4 horas seguidas, que não aceita com a mesma altura pesar mais de 80 quilos não seria um oicoréxico.

*Este conceito deve ser destacado.


Vênus e Adônis, Jacob Adriaensz Backer

Deveria se somar para explicar este meu conceito, a conceituação apresentada por Arnold Schwarzenegger em sua Enciclopédia de Fisiculturismo e Musculação.

Até o fisiculturista Mr. Olympia (a mais importante competição do fisiculturismo mundial) Lee Haney, os fisiculturistas eram predominantemente o que ele trata por "apolíneos", similares, "inspirados na semelhança", ao deus Apolo.



Após Lee Haney, os fisiculturistas tornaram-se mais "hercúleos", como Dorian Yates.



Para os que não entenderam nem perceberam a diferença, deve-se destacar que o volume muscular dos hercúleos é maior, mas maior é sua cintura (e até o volume do abdômen), exatamente lembrando as representações de Hércules e Apolo.






Apollo and Marsyas, Perugino

Recentemente, a tendência parece ser a dos fisiculturistas apolíneos, mas isto pouco interessa, pois grande parte dos praticantes de musculação com o perfil do agora definido oicoréxico pouco se interessa por competições de fisiculturismo.

Seu único e claro objetivo é "ficar grande", custe o que custar.

Por este e outros motivos, os praticantes de musculação, independente de "bad boyzismos" (agressividade e comportamentos violentos quando não criminosos), hoje disseminam-se como epidemia (na Europa assim é tratado) e consomem até anabolizantes para animais domésticos, medicamentos que embora esteróides tem outros fins, não anabólicos propriamente ditos (um exemplo destacado é o notório Hemogenin, oximetolona, destinado a tratamento de determinadas anemias, vide o próprio nome), misturas vitamínicas perigosas e inclusive a perda das noções de estética. Soma-se isso o simples aumento corporal para obter-se emprego como profissional de segurança entre os jovens de classes menos favorecidas*.

Este fenômeno gerou mortes por intoxicação por diversas substâncias anabolizantes em Goiás, recentemente.

As mortes por cirrose hepática tóxica, os futuros cânceres de fígado e próstata, as virilizações (masculinização de mulheres) podem ser pauta para outra blogagem.

Assim, devemos manter olhos atentos sobre esta moléstia, pois os hércules podem estar fora de si, como vemos na ilustração que abre esta blogagem.


Para tornar o assunto mais leve...

De uma pixação, em frente a uma academia que frequentei em Campinas: "Muitos fala, nada fais".

Ao que comentei quando li: -As peçoa tão cuns pobrema! (A grafia é deduzível quando falo deste jeito.)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Drible da Vaca

Primeiramente, definições

Para aqueles não familiarzados com determinados jargões e gírias no futebol, saibam que o "drible da vaca" é quando um jogador passa a bola por um lado do jogador adversário, vai pelo outro e consegue recuperá-la. O drible da vaca é uma jogada de grande estética e que também é chamada de "meia-lua" (pelo traçado jogador-bola) e o nome pelo qual o conheci, e diversas vezes sofri, e pouquíssimas realizei.



Pelé perdeu um grande gol na copa de 70 após um drible da vaca, Zico o fez, com uma pequeníssima diferença de execução.

Assistam ao gol perdido de Pelé, aos 2m e 45 s deste vídeo, com a ótima narração e comentários de Milton Neves.

Mas falemos de medicina, e comemorando o aniversário da liberação das pesquisas com células tronco e nosso país.

Células-tronco são células encontradas essencialmente em embriões, que ainda não adquiriram as características de um tipo de célula em particular, como as ósseas, dos músculos ou do cérebro. Dado que células-tronco são indiferenciadas dessa maneira, elas têm um potencial para tornarem-se qualquer tipo de célula que se quiser ou algum paciente necessitar.




pasapirangag03.pbworks.com

Agora falemos de religião e imposições.

Todos sabemos, e inclusive assistimos o julgamento no STF da questão, dos católicos, e óbvia e originalmente da Igreja Católica, se oporem à pesquisas e aplicações de células tronco de origem embrionária.

Coloquemos um pouco de lógica aplicada sobre a questão.

Existe uma quantidade de embriões disponíveis no mercado, e melhor seria dizer "em clínicas", que é mantida conservada à baixa temperatura esperando as condições/momento de serem implantados nos seus proprietários, e aqui o termo é correto e parece-me desnecessário usar outro.

Por questões até de confiabilidade/riscos nos métodos de concepção nestes moldes, o número de embriões sempre será superior ao número de filhos gerados por tais métodos nas mulheres/casais que os buscam.

Assim, tão claramente, percebemos que existe um excedente de embriões, que jamais será implantado.

Desta situação, teremos dois caminhos possíveis:

1) Os embriões serão decompostos (nem usarei o termo mortos, pois seria inútil) pela simples física da questão, pois a conservação é segura e duradoura, mas não ilimitada - como coisa alguma em termos de tecidos vivos o é.

2)Poderiam ser implantados em outros úteros, para outras gestações, em mulheres/casais impedidos de terem filhos e mesmo embriões.

Notemos que ao se seguir o caminho (2), terá de para não se chegar ao caminho (1), obrigar-se mulheres/casais a implantarem embriões (todos), pois inexoravelmente ao isso não ocorrer, chegar-se-á no caminho (1).

Logo, e tal é inequívoco, um número de embriões morrerá (aqui usando o termo visando ferir a absurda lógica dos católicos na questão).





Mas o que está por trás de tal caminho que converge para um absurdo, que é o que embriões "morrem" neste processo, e outra coisa não se pode fazer? Ainda mais vindo de uma Igreja e sua fé que possui quadros tão bem formados, inteligentes e cultos.

Simplesmente também, além de impedir o uso de tal material biológico que de qualquer maneira será perdido, também eliminar sua fonte, que é a "geração da vida humana" in vitro.

Se estou errado, desculpem-me, mas estas são as conclusões que se tira.

Mas infelizmente, para a "lógica católica" na questão, a posição da Igreja/fiéis levou um "drible da vaca", e nem percebeu (ou talvez finja que não percebeu).

O anúncio do drible

Ou, como se diz em artes marciais e lutas, a "telegrafada".

Em novembro de 2006, um grupo de cientistas em Londres pediu permissão oficial para a Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia do Reino Unido para iniciar um estudo de três anos envolvendo células-tronco embrionárias. Porém estas não seriam as antigas células-tronco embrionárias. Seriam células-tronco derivadas de embriões híbridos de ser humano e de vaca. Eles pretendiam criar uma quimera, uma única entidade viva que carregue duas espécies completamente diferentes em seu DNA.

Um apontamento em genética e cladística, logo, em evolução e portanto em biologia:

Todos os seres vivos tem relacionamento genético, portanto, ao se criar uma quimera bem balanceada de um ser humano com uma vaca, haverão regiões do DNA que não necessariamente serão diferentes num e noutro DNA original, e portanto, não se ficaria necessariamente com um ser PARTE HUMANO, PARTE BOVINO, pois já o somos, aliás, a isto, chamamos, por exemplo de mamíferos.

Theseu matou o Minotauro, mas a ciência mostrou que seríamos parentes apenas distantes.





O fato

2 Abr 2008

O jornal inglês The Times informa a realização na Inglaterra do primeiro experimento para obter embriões híbridos humano-animais. Os cientistas da Universidade de Newcastle produziram embriões introduzindo DNA humano em óvulos de vaca.

Estes embriões, chamados "híbridos citoplásmicos" são o resultado de introduzir o núcleo de uma célula humana em um óvulo animal do qual previamente se extraiu o núcleo, onde se encontra o material genético (em sua imensa maioria). O material genético no embrião resultante é 99,9 por cento humano e 0,1 por cento animal.



Questões

1) Notemos que o desenvolvimento deste embrião num útero bovino não seria um ser humano, pois o material genético de um ser humano não é um embrião humano, e sim, um tecido, como o é qualquer amputação.

2) Notemos que também (para quem quiser afirmar que (1) está errado pois o ser em questão poderia se desenvolver até o nascimento) o embrião em questão não foi CONCEBIDO, pois sua carga genética não adveio de um óvulo humano e de um espermatozóide, mas poderia ter vindo, por exemplo, de minhas cutículas.

E concordemos que niguém em sã consciência tentaria proibir alguém de cortar as cutículas, e se o fizesse, poderíamos mudar as células originais para as células das mucosas, que perdemos naturalmente todo o dia.

3) Aceitemos então que o embrião é um clone meu, num citoplasma de bovino.

Ao que me parece, quem decide se eu posso ter um clone de minha própria carga genética sou eu, e não outra pessoa. Mas notemos que não é um clone por definição, pois é apenas um conjunto de células com a minha carga genética crescendo num útero de um animal, e pode-se perfeitamente limitar a vida de tal conjunto de células com precisão absoluta, coisa que os milhares de embriões a morrer por decomposição não tem como opção, o que me pareceria um problema muito maior para os católicos e outros se preocuparem.

4) Se tal quimera é um bovino, e não pode ser morto nos primeiros dias de sua fase embrionária, então que os católicos não comam mais gado algum, e poderíamos variar para ovelhas ou cabras, pois a questão seria a mesma.

5) Se o conteúdo genético é de outra pessoa, que não, por exemplo, o meu, e vai ser implantado em mim, os católicos terão de, além de passar pelas questões acima, começarem a impedir os transplantes, pois a questão é a mesma (e sem ninguém necessariamente morrer, mas talvez, cortar as cutículas).

Assim sendo, a menos que eu esteja esquecendo alguma questão, parece-me que os católicos não podem mais impedir o uso de MINHAS células tronco "derivadas" sejam usadas em mim ou noutrem, e ao que parece...

...tomaram um drible da vaca.



Nota: Este texto foi nomeado pelo meu amigo Henrique Boiko, economista, que sugeriu a metáfora irônica e perfeita sobre o que aconteceu com o dogmatismo da ICAR sobre a questão.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Júnior", O Recalcitrante III

De Spencer a macacos flutuando



Antes de voltar a esmagar "Júnior", o argumento de Spencer, muito bem tratado em Progress: Its Law and Cause, adaptado e acrescido há alguns anos pelo idiota que vos escreve.

Se todas as espécies que hoje vemos, e todas as que indiscutivelmente descobrimos que já existiram, somadas as que já existiram e ainda ou jamais descobriremos existissem simultaneamente em populações mínimas, cobririam a Terra com fauna e flora insustentável, logo, existiram separadamente no tempo e portanto, se não evoluiram uma das outras, surgiram por milagre de organização a partir do mineral, o que mostra-se absurdo, logo, evidentemente, evoluiram umas das outras, modificando-se no tempo, a partir de um ou mais tipos iniciais.

Embora seja um exemplo de positivismo lógico, aqui muito do que seja o básico da evolução dos seres vivos já mostra-se até óbvio, e não pode mais ser negado, tanto que os criacionistas mais moderados criaram (notemos a ironia) a figura de tipos básicos, ou "baramins", e portanto, aceitam que evolução ocorre.

Mais uma vez sejamos honestos: meu artigo sobre argumentação básica sobre evolução no Knol é apenas a expansão do argumento de Spencer.

Nada se cria, menos no falaciar dos crias.

O que lhes resta é espernear por aristotelismos classificatórios entre uma fronteira que não existe, do que seja macro e microevolução.

Somando, como coisa que as microevoluções de um mamífero como o Eomaia scansoria não pudesse acumuladas produzir os poderosos elefantes e também determinado macaco teimoso que em alguns grupos e indivíduos insiste em afirmar que não pode ser a modificação de um Eomaia ou animal similar, e tem de ser fruto de um supremo mandatário do universo, frente ao qual presta sacrifícios (ou donativos, que seja, normalmente apenas para representantes terrenos).



Eomaia - darwiniana.org

Voltemos ao nosso exemplar deste tipo teimoso de Eomaia modificado.

Lembrando-nos:

"Júnior":

-Então responda: Qual a probabilidade de uma briófita nascer em
uma ilha? (6)

-Tá bom, se você quiser ficar acreditando nessa sandice
pode ficar, coisas como:

- Macacos cruzando oceanos em vegetação flutuante (7)

- Estrutura de informação (DNA) surgindo em menos de um bilhão de anos e permanecendo
igual em todos os seres depois de 3 bilhões de anos; não importa se é cíclico ou não,
se tem mais cromossomos ou menos, por acaso a vida fixa? (8)

- Elementos químicos compondo estruturas muito complexas; não importa se existe atração química, esse fator não altera a virtual improbabilidade disso uma vez que o mesmo fator pode tanto um vez atrair um componente adequado e trilhões de vezes um inadequado.(9)

- Sem falar no cruzeiro de mais de 4 meses no pacífico da iguana ...(9)

- Sobre a complexidade irredutível - Se alguém encontrar um arco de pedras na natureza com
o mesmo raio em comum e com distâncias iguais entre elas, eu pago todas as contas do
cara no mês e mais 500 reais pra completar. (10)

Minhas respostas:

(6) Impressionante como criacionistas adoram dar tiros no próprio pé.

Exatamente estas pequenas probabilidades de viagens e surgimentos é que fulminam (sem falar de outros diversos argumentos) o dilúvio bíblico. mas façamos de conta que este seja um exótico criacionista bíblico, que afirma a criação bíblica, ou qualquer outra, mas esquece ou rejeita o dilúvio.

Se é improvável uma planta nascer em uma ilha, mais improvável ainda seria nascer num continente, pois ao que parece, antes de haver plantas, igualmente tiveram, mesmo na abordagem criacionista, de surgir "do nada" em toda a terra (e Terra).

Por outro lado, ao migrarem pelos continentes, ao espalharem suas populações, ao "navegarem" as massas de Terra, ao derivarem (lindo isso, não?) os continentes, ao emergirem e subergirem massas de terra, ao ligarem-se e desligarem-se ilhas, mais e mais migraram plantas e populações de plantas, e junto outros organismos, e exatamente como afirma-se, modificaram-se e diversificaram-se no tempo.

Não precisamos dizer que verbo ou que conceito implica a frase anterior não?

(7) Macacos não atravessam oceanos, embora sejamos macacos que atravessaram oceanos, e desde tempos pré-bíblicos. Aliás, porque para lêmures andarem de ilha em ilha e ocuparem todas as ilhas do mundo, inclusive aquelas que em novos aristotelismos classificatórios chamamos de continentes, basta percorrer alguns quilômetros, no máximo, cruzando mares, e nem sempre assim se deu, com as inúmeras formas de vida, pois ao que parece, jamais houveram poderosas "aves assassinas" da América do Sul na Austrália, assim como jamais houveram "leões marsupiais" na América do Sul, ou megatérios na Europa, mas cada caso é um caso, e mesmo se aqui escrevi alguma paleontológica besteira, o argumento se sustenta.



Editado de forum.przyroda.org



Editado de www.avph.com.br

Espécies migram, e flutuam em vegetais, e se multiplicam e ocupam, assim como se multiplicaram, ocuparam e diversificaram o mundo, em diferentes faunas e floras específicas, e em tempos diversos.

Só como exemplo, na América do Norte do Jurássico, os saurópodes reinaram como os maiores herbívoros da Terra, como o braquiossauro , mas no Cretáceo se extinguiram. Já na América do Sul, formas similares perpetuaram-se até o Cretáceo. Já na África de então, formas ainda mais exóticas estiveram presentes, de maneira exatamente igual a que cavalos ocuparam a América antes dos humanos, assim como elefantes (por favor: sim, equinos e probocídeos, não sejamos preciosistas e chatos!). Depois, só existiam na Ásia, África e Europa, em outras variações.



Nigersaurus - Editado de fascinatingly.com e www-news.uchicago.edu

E notemos que desde a separação da Pangéia, uma continuidade entre os continentes não tem lhufas a ver com a questão (como coisa que só a fusão da Pangéia tenha existido no passado da Geologia, para desespero de meus amigos do ramo).

Mas sobre estes ARGHumentos anteriores, nem abordamos questões relacionadas não a dominante no tempo migração dos continentes, mas sim, à simples erosão e deposição de sedimentos, onde enseadas fecham, estreitos se formam, ilhas se unem, praias avançam (um exemplo é Pisa, porto dos tempos bíblicos e romanos e hoje distante do mar), mares baixam nas glaciações, continentes até se unem pela baixa dos oceanos, o que eram leitos marinhos passam a ser planícies verdejantes onde animais pastam, e fenômenos similares em inúmeras variações.

Logo, as massas de terra e os mares e outras massas d'água não são sempre na disposição que hoje vemos. Logo, espécies migram, podem os criacionistas espernear até a morte, ou, inclusive, derrubar de vez as afirmações dos defensores do dilúvio universal, ficaremos felizes.

(8) Sei que sou prolixo. Sei que sou "bifurcante". Sei que abordo as questões de maneira muitas vezes, com controle de uma "dispersão", de maneira caótica. Mas criacionistas e outros pseudos possuem a imensa capacidade de serem quase impossíveis de serem entendidos, mesmo em frases simples.

Mas tentemos...

Notemos que após a etapa de intensas colisões na formação da Terra, a vida se formou aproximadamente aos 3,8 a 3,7 bilhões de anos atrás, o que com grosseiros 4,5 a 4,6 bilhões de anos de idade da Terra, dão aproximadamente no 0,7 a 0,9 bilhões de anos.

Esqueçamos o "mundo de RNA", e moléculas colaborantes difusas que sejam. Pensemos em L.U.C.A.. o primeiro realmente ser vivo replicante com DNA, aquilo que alguns criacionistas chamam de "amebinha"*.

*Conheço alguns profissionais de Biologia que devem estar precisando de um remédio contra náuseas ao ler isto.

Onde raios este código/molécula tem de se tornar mais sofisticado que já é, com suas quatro letrinhas (bis na náusea)?

E se tornar-se mais sofisticado, vejam a bobagem divertida que é o filme ficção comédia "Evolução", com suas sete (?) bases, no que implica se até esta "complexação de alfabeto" - como se nosso alfabeto latino/anglosaxão tendesse ao cirílico - tivesse de ocorrer?

Onde raios ele se mantém "igual", como coisa se minhas simpáticas primas distantes planárias tivessem a mesma genética, MAIS COMPLEXA que a que herdei de meu pai e mãe, de minhas primas mais próximas ovelhas?

Entenderam a bobagem?

Repetindo, com mais calma:

1) O código genético se formou.
2) O código genético pode em suas bases se tornar ainda mais complexo, pouco interessa.
3) Mesmo como hoje simples, pode variar.

Fazendo uma analogia já feita em debate que muita farpa já produziu com notório criacionista, afirmar que o código tem de se tornar mais complexo é o mesmo que afirmar que o alfabeto de 26 letras ou menos que serviu para escrever o Oráculo de Bolso de Gracián, ou As Meditações de Marco Aurélio tenha de agora ter 2600 para escrever Dom Quixote ou ainda mais para Em Busca do Tempo Perdido, ou a A Comédia Humana.

Por outro lado, na mesma analogia, poucas letras permitem escrever o mais curto conto, como, para nossa ironia, “Dinossauro”, do guatemalteco Augusto Monterroso:

“Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”.

Que poderia ser comparado a mais simples bactéria, assim como também as colossais Kirk-Othmer ou Ullmann’s, enciclopédias de tecnologia química que torturam a minha vida profissional, que poderiam ser comparadas em tamanho a argentinossauros ou baleias azuis, ou ainda baobás ou sequóias, mas prefiro, em meio à fauna e flora enorme que é uma boa biblioteca, manter a analogia e comparar à genética das estúpidas ovelhas e atormentar macacos pelados que acham que são frutos de uma divindade por sopro do barro ou planejamento e que são geneticamente mais complexas, mesmo pastando tranquilas, para lembrar o gênio de Bach, que assim como outros gênios, tinha religiosidade muito mais nobre e mais honesta, e produziram mais coisas que prestem.

(9) Notemos que aqui o "cria" volta ao "blah 3 X" da migração dos animais, e curiosamente, se esparrama em embirrar com as pacatas iguanas, que muito serviram aquele senhor no Beagle.

Curiosamente, mais uma vez esquecendo os enormes problemas do dilúvio, lá estão as iguanas, e curiosamente, numa das massas de terra mais isoladas do planeta. Portanto, lá chegaram, e evoluíram. Curiosamente, se preocupam com as pequenas e até divertidas iguanas, e esquecem os maiores répteis hoje vivos, que estão por todo o planeta, em inúmeras formas, tamanhos e variações, e se retrocedermos, ainda em maiores formas e diversas configurações de cabeça e pernas (formas terrestres de patas altas são evidentes no registro fóssil), e para atormentar os criacionistas...

COM SISTEMA CÁRDIO-RESPIRATÓRIO MAIS SOFISTICADO QUE O SEU!

Logo, animais migram, mais uma vez, e variam, e diversificam-se.

E inclusive, após atravessar oceanos, ilha por ilha, estreito por estreito, tornam-se mais sofisticados em alguns pontos que o mais petulante dos macacos pelados, mesmo os construtores de templos destinados ao pó.

(10) Confesso que quando li este pseudo-argumento do "cria" cheguei a salivar de felicidade, ou teria sido o meu café num frio dia de chuva.

Não sou muito de abordar a questão de origem da vida e a sua organização pela argumentação da "emergência" dos sistemas multiparticulados, talvez por minha formação e experiência em síntese orgânica.

Dai-me ácido nítrico e sulfúrico, e um hidrocarboneto aromático, e vos encherei de exóticas moléculas!

Mas aqui, tratarei de emergência, e o farei, prometo de uma maneira cristalina, e nisto, já faço uma piada.

Concordo que na natureza círculos de pedra perfeitos não se formam, e nem usarei do covarde argumento que na natureza círculos não existem, euclidianamente falando.

Concordo também, que assim como é difícil encontrar um próximo, aparente círculo de pedras seja quase impossível, ainda mais difícil será encontrar um hexágono perfeito, até o limite do molecular, com ângulos de 120° e lados iguais medíveis até por micrômetros, ainda mais em formações diversas, com diversas direções de contrução, ainda mais em sólido sem determinadas orientações moleculares, sem plano de clivagem, muito menos cubos de outras nem mesmo moléculas, pois não existem isoladas, aliás, de substância usada em nossas cozinhas.





Ou ouro de determinados outros tolos (se procurarem bem, encontrarão inclusive místicos dodecaedros).



Aliás, nem precisa se recorrer a substâncias tão puras, basta o basalto.



A natureza em seu caos de equilíbrios dinâmicos, sempre em modificação e instabilidade, forma no tempo o exato, ainda que temporariamente.

Até prova em contrário, frase minha.

E destas organizações geométricas, para partir de uma mais que simples bactéria, chegar até as ovelhas, que são, repetimos, mais complexas que você, bastam as moléculas adequadas receberem energia do Sol durante tempo o suficiente e condições adequadas.

Mas como sou um filantropo, recomendo que o criacionista em questão pegue seu dinheiro, compre livros e os leia, e até compre para outros, poupa de humilhação, própria e de outros, assim como a proporcionada por muitos.

Aqui, para encerrar, parte de texto meu para um criacionista lusitano (sim, na Europa existem destas coisas), mais uma promessa/profecia, adaptada em parte de Thomas Henry Huxley, o "bulldog":

Mas poderão apresentar provas da ação de seu fantasmão providente, que é incapaz de lhes apresentar uma única prova de sua ação fantasiosa, estaremos eternamente em vigília. E DARWIN e sua genial percepção da natureza a ser idolatrado como gênio pelos séculos, e amparados em suas pernas, nós, com as solas de nossos céticos sapatos, sobre seus crédulos pescoços.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"Júnior", O Recalcitrante II

Borra de café, elefantes e tartarugas cósmicas




Como "Júnior" pediu, e a platéia mais ainda, "Júnior" leva...

(4) Não só anseio por serem apresentadas coisas que deponham contra o FATO da evolução, como igualmente anseio por apontamentos que coloquem em xeque questões menores dentro da evolução, como inúmeros mecanismos dentro de seus fenômenos, e confesso que tal causa interminável dor de cabeça aos cientistas. Aqui, nem limitemos o termo evolução ao biológico, mas expandamos o termos à maneira errônea dos criacionistas para a evolução do universo em sua composição e organização, que no gravitacional/eletromagnético costumamos chamar por agregação (os corpos celestes até determinada escala se formam apenas pelas forças eletromagnéticas, assim comos os átomos e as moléculas) e o evolutivo da Terra, que por comparações com o crescente conhecimento que absorvemos pela Astronomia, mais e mais se mostra sólido, na agregação de um disco nos planetas e no Sol, depois a condensação em planetesimais, estes em planetas, as fases de colisões intensas e até megacolisões (como as que formaram a Lua, ainda que o modelo e os processos não sejam plenamente entendidos).

Por outro lado, aliás, da trincheira fétida e mal protegida dos Criacionistas e outros pseudos, a formação miraculosa e instantânea, ou tempos bíblicos ou igualmente pequenos, ou a origem até alienígena de nossa espécie jamais teve/tiveram uma única vírgula de corroboração (não se assuste, o mundo dos pseudos é muito mais prolífico que Tolkiens, Lewis, Lucas ou Rowlins jamais puderam ser, até porque nem com mercado comprador e leitores/espectadores fiéis tem de se preocupar, basta a vítima, leitor incauto, que comprar a primeira brochura que encontrar pela frente e achar digna de ser folheada).

Antes de continuarmos para questão muito mais importante, alertemos que toda origem externa da vida, seja em qual forma, samambaias, minhocas ou macacos que pisem na Lua, pode ser demonstrada como sendo, quando nega o processo evolutivo num universo de idade finita, um criacionismo de algum tipo.

(5) Sobre este ponto, é de se entender o que sejam as bases mais amplas do processo evolutivo dos seres vivos como fato, e aqui, abordarei a questão por um caminho ligado à Filosofia, pela lógica aplicada, como já foi extensamente feito no século XIX, por SPENCER, principalmente, e antes dele por inúmeros pensadores, desde os gregos e até, sob determinados pontos, por DA VINCI, em especial na questão "idade do mundo", que abordaremos pelo lado de uma Física, mesmo que aos saltos, e chegaremos à conclusão não que as afirmações de DARWIN e todas as suas derivações são sólidas, mas que os Criacionismos, os Fixismos e outras visões não evolutivas dos seres vivos e do próprio universo são absurdas frente aos fatos.

Acréscimo: Aqui, nos atreveremos a criar (ARGH!) um neologismo, o ETERNISMO, que é afirmar que qualquer coisa, desde a vida até o universo em sua atual apresentação, seja eterno, em "tempo trivial". Ou seja, o universo como é sempre existiu, assim como nossa Terra e elefantes ou qualquer ser vivo sobre ela. Seria um tipo de fixismo amplificado. Curiosamente, o primeiro modelo cosmológico pós-relatividade, de Einstein, foi um eternismo.

Antes, como estava sendo devido, citemos o "grande" Olavo de Carvalho, e gargalhemos, já por antecipação pelo que cairá em sua cabeça:

"Quando Darwin ainda não existia nem como espermatozóide, Immanuel Kant já havia notado que toda teoria evolutiva das espécies animais esbarraria no problema das séries infinitas, insolúvel por definição. Os evolucionistas não perceberam isso até hoje, mas não estão nem aí. Para o seu nível de exigência intelectual, esse problema é demasiado “metafísico”."

(Sobre esta abordagem, meu amigo Eli Vieira, em outros tempos, respondeu por um viés biológico/bioquímico, que pode ser lido aqui: Duelo com Olavo de Carvalho.)

O Universo

Alguns raciocínios:

O universo se expande, isto é fato e evidente. Se expande-se, diminui de densidade, como o ar dentro de uma seringa com a ponta fechada que tem o êmbolo puxado. Se diminui de densidade, e é eterno, isto já o teria levado a se tornar um vácuo, portanto, não é eterno ou gera-se matéria nele permanentemente.

Notemos que se gera matéria permanentemente, o que é a base de cosmologias obsoletas como a Cosmologia do Estado Estacionário não é conservativo - ou seja, a quantidade de qualquer coisa que possua aumenta no tempo.

NOTA: Sua versão mais atual, a CEQE é o que chamamos de um modelo cíclico, embora continue não fazendo parte dos modelos cíclicos propriamente ditos, como o Steinhardt-Turok ou o Baum-Frampton, ou ainda o universo oscilante ou "grande rebote" (Big Bounce), pois estes aceitam o que seja o Modelo FLRW.

Como tudo na natureza se apresenta conservativa no seu quadro mais amplo, e jamais se evidenciou a formação especialmente de prótons na taxa que a "SS" (Estado Estacionário; aqui, a abreviatura da versão inglesa é ironicamente proposital, tal o fanatismo dos poucos personagens que a defendem), e muito menos as "estrelas geradoras"* que propunha, e o acúmulo esmagador das evidências pela métrica FLRW e da alteração da composição do universo no tempo fizeram a popularmente chamada Teoria do Big Bang prevalecer.


*Uma curiosidade: defensores da CEQE/SS afirmam que existem estrelas misteriosas que transformam continuamente fótons em prótons, mas não ceitam que no passado, o universo todo possa ter feito fótons e outros bósons ter se transformado em qualquer coisa, embora gritantemente, fótons já se transformam em elétrons e pósitrons em qualquer laboratório digno de Física.

Independentemente de questões sobre o que trato por "tempo trivial" e "tempo cosmológico", para didaticamente se entender o que seja o tempo que produz a expansão do universo e o que seja o tempo no qual somam-se os ciclos dos modelos cíclicos, as afirmações de Hoyle e outros, entram em contradição já com argumentos como o argumento cosmológico Kalam (ACK) que resumindo, pode ser apresentado por simples silogismos:

1)O universo existe desde uma eternidade.
2)Estamos num ponto do tempo no meio desta eternidade.
3)Para chegarmos aqui, passou-se um tempo infinito.
4)Mas um tempo infinito jamais passa, logo, (1) é absurdo e o universo e sua história tem um começo.

NOTA MENTAL: Traduzir o artigo da Wiki {{en}} para a {{pt}}, pois carecemos de uma leitura mais fácil.

Aqui, o ACK é brilhantemente comentado pelo professor Ernesto von Rückert - Tempo infinito para o passado.

Similarmente a outros argumentos metafísicos, o ACK busca infinitudes absurdas. Aquino, na Suma Teológica, o faz pelo "primeiro motor" e na "causa primeira", os quais apresentamos (observem os destaques em negrito):

Tudo o que se move é movido por outro*, se aquilo pelo qual é movido por sua vez se move, é preciso que também ele seja movido por outra coisa e esta por outra. Mas não é possível continuar ao infinito; do contrário, não haveria primeiro motor e nem mesmo os outros motores moveriam como, por exemplo, o bastão não move se não é movido pela mão. Portanto, é preciso chegar a um primeiro motor que não seja movido por nenhum outro, e por este todos entendem Deus”.

Constatamos no mundo sensível a existência de causas eficientes**. É, entretanto, impossível que uma coisa seja sua própria causa eficiente, porque, se assim fosse, esta coisa existiria antes de existir, o que não tem nenhum sentido. Ora, não é possível proceder até o infinito na série de causas eficientes, porque, em qualquer série de causas ordenadas, a primeira é causa intermediária e esta é causa da última, quer haja uma ou várias causas intermediárias. Com efeito, se suprimirdes a causa, fareis desaparecer o efeito: portanto, se não há causa primeira, não haverá nem última, nem intermediária. Ora, se fosse regredir até o infinito dentro da série de causas eficientes, não haveria causa primeira, e, assim, não haveria também nem efeito, nem causas intermediárias, o que é evidentemente falso. Portanto, é preciso, por necessidade, colocar uma causa primeira que todo o mundo chama Deus”.

*FALSO! Os fótons estão em movimento independentemente de serem movidos, e estão numa deformação infinita de tempo e espaço, vide a Relatividade, e muito mais por aí vai, mas o que nos interessa no momento é que é uma premissa perigosa, para dizer o mínimo, e aqui, a crítica de Kant é devastadora, e a Física dos anos posteriores, destacadamente a Mecânica Quântica, só mostrou que o doutor da Igreja estava redondamente equivocado em sua precipitação, independente de mesmo se certo, provar uma causa, um motor, e não a divindade consciente cristã. (E mesmo Kant foi fulminado em seu absolutismo do que seja tempo, e aqui, como sempre repito, está a grandeza de Einstein, Poincaré e Lorentz, destacadamente o primeiro, para a Filosofia).

**FALSO! Os fótons surgem dos elétrons sem a menor razão (além de diversas outras emissões e absorções no subatômico), e nem se necessita disto. Haver uma causa para as coisas, um mecanismo, é um senso comum, na verdade, uma dogmatização fruto de nossa ignorância. A natureza age como bem entende, e para isso, recomendo ler meu outro texto: Mutações, radiações e aleatoriedade.

Talvez aqui o senhor Olavo de Carvalho tenha feito sua, digamos, peculiar confusão.

Portanto, o universo inteiro como hoje é não existe pela eternidade, e modificou-se no tempo, e se modificou em composição, densidade e temperatura, os elefantes não podem ter existido desde sempre, e em algum momento surgiram.

A Nossa Galáxia




Se o universo alterou-se em composição, e a partir de bósons, como os fótons, produziu as partículas que possuem massa, que chamamos de férmions, e nestes, os léptons, como os elétrons e os bárions, como os prótons, destes produziu átomos e destes estrelas (que na verdade, precisam inicialmente mais dos prótons sozinhos), estas estrelas formaram agrupamentos maiores, que são as galáxias.

Mas mesmo as galáxias não são nem mesmo "co-duradouras" com o universo, e se comportam como borras menores de café numa xícara, e modificam suas agregações, colidem e se recompõe em novas agregações. Assim, nossa própria galáxia é fruto de uma agregação e colisões de galáxias anteriores, e ainda mais o será no futuro, pois o universo se expande, os grupos de galáxias se afastam (pois sabemos por fé que as tartarugas onde se apoiam os elefantes que sustentam todos os corpos celestes se afastam ;) ), mas os grupos locais de galáxias se agregam e modificam-se (tartarugas cósmicas formam grupos sociais limitados, provavelmente induzidas pelos cósmicos elefantes ;) ).

Assim, nem mesmo as agregações maiores de estrelas são estáveis no tempo, e modificam-se em períodos de centenas de milhões e bilhões de anos. Giram as galáxias na escala de dezenas e centenas de milhões de anos e as constelações no firmamento modificam-se, pois as estrelas "dançam" em seu orbitar nas galáxias exatamente como partículas de café dançam nas manchas de borra de café no fluido onde estão.

Notemos que até agora, tempo bíblico de milhares de anos algum se sustentou, e nem mesmo, temos ainda um lote de terra onde nosso destacado elefante pise (embora, como sabemos por fé, a Terra se apoie em suas costas ;) ), quanto mais uma divindade exótica o faça surgir do nada (ou, para não ser MAIS cruel com esta bobagem, reúna o pó ao redor e o organize em tecidos, marfins, tromba e redondos pés, e escolha sua cinza coloração).

Para entendimento mais técnico do aqui apresentado, recomendo, ainda muito carente, em parte por culpa minha: Formação e evolução de galáxias.

Ou na sempre humilhante: Galaxy formation and evolution.

Seria bom destacar que o universo, em sua aproximada atual apresentação, já possui mais de dezena de bilhão de anos, sendo realmente diferente se pudéssemos vê-lo em seu passado, somente num período inicial, digamos, nos primeiros 3 bilhões de anos, e aqui, estou meio que "chutando" este valor, pois até mesmo os tipos de estrelas que se formavam eram um tanto diferentes. Mas para o período que posso dar certeza, estes 10 bilhões, sua aparência tem sido uma continuidade do que hoje vemos. E isto é mais que o dobro do tempo para o que apresentaremos a seguir.

O Sistema Solar

Lembremo-nos que citei que as estrelas hoje são praticamente todas de uma faixa relativamente estreita de tamanhos, mesmo havendo nisto desde as pequenas anãs vermelhas, nosso Sol e suas irmãs anãs amarelas e graduações de maiores até as imensas gigantes azuis. Mas notemos que mesmo nesta faixa, o que seja a distribuição de tamanhos colocará as menores em imensa maioria.

Num passado longínquo do universo, e mesmo de nossa então galáxia em modificação a partir de um estado aglomerado inicial, e não sua apresentação atual de 5 braços, alguns pontos de densidade maior e centro "em barra"*, havia uma população muito maior de estrelas enormes, convulsivas, como hoje pouco se vê, com valores de massa próximos e até temporariamente acima do chamado Limite de Eddington. Estas estrelas não duraram, ainda bem para nós e nossos amigos elefantes. E as gerações fruto de suas emissões de gases e outras agregações igualmente foram massivas e produziram novas e supernovas** que de suas respectivas emissões e destas agregações produziram o Sol (para alegria nossa e dos cósmicos quelônios, aqueles sobre as costas, apoiam-se os geológicos proboscídeos ;) ).

Aqui já estamos em 5 bilhões de anos atrás, e ainda os pobres elefantes não possuem um pingo de terra para por os redondos pés.

*E aqui a coisa é temerária, pois não sabemos com precisão como é nossa galáxia, da mesma maneira que uma abelha não saberia como é o enxame do qual faz parte, pois estaria dentro dele, mais tais dúvidas ou incertezas pouco interessam no ponto que estamos tratando.

**Graduação aqui é em suma uma bobagem, mas acredito que foi útil para entender o conceito.


A Terra

Produzido o Sol, e seu disco de agregação, e tudo mostra que todas as estrelas os possuem em inúmeras variações de tamanho e densidade, começa a agregação de nosso planeta, e tal se dá até com colisões violentas como as que formaram a Lua e mais e mais são evidentes.


Deixemos uma coisa bem clara: uma visão de uma Terra durante bilhões de anos em agregação, formada de rochas e metal fundido é obsoleta. Primeiro, agrega-se fria como os asteróides, após, aquece-se por colisões em período de grande dispersão/difusão de planetesimais (dos quais os asteróides e cometas e outros corpos gélidos ainda são restos) e aí solidifica a crosta, permanescendo o núcleo de maior densidade em aquecimento em parte dada a fissão nuclear e atrito fluido, e mantendo-se em lento esfriamento pela própria "inércia" térmica de sua escala e isolamento (lembre-se que qualquer camada significativa da Terra possui dezenas de quilômetros, quanto mais, milhares do manto).

Embora por fé saibamos que o centro da Terra é quente pois as costas dos geológicos proboscídeos seja incandecente ;) .

E após este períodos, tudo nos leva a crer que após este período de crosta fundida, e estéril, houve a produção geológica (sim, pois atmosfera e massas d'água são geológicos) e um período gélido, de glaciação total do planeta, tornando os processos da vida lentos (incluindo a evolução) assim como um congelador torna conservável alimentos por fazer as bactérias inativas ou extremamente lentas em seus metabolismos.


Mas as formas de vida são nosso próximo passo, embora, como vimos, após o esfriamento de uma fase estéril, por simples e óbvia temperatura superior à permissível à água líquida mesmo sobre as mais altas pressões, a vida é presente na geologia.


As Formas de Vida

Sejamos preguiçosos, mas honestos (e até pouco "falso-modestos", o único pecado perdoável, segundo o Cardeal Mazarino). Uma das vantagens de já ter-se escrito bastante é poder poupar páginas e páginas de escrita, e literalmente entupir meus leitores com coisas por ler, simplesmente citando artigos de minha própria autoria, que até demonstração em contrário, esfarelam esta argumentação até o pó, e finalmente, coloca não solo sob as patas de nossos elefantes, mas pegadas de elefantes e seus ancestrais sob nossa Terra.

Assim, boa leitura!



O básico de porquê a evolução é até um fato óbvio.

Obs.: E pasmem, lá está "Júnior", em sua cruzada infeliz, a lutar com palitos não contra mim, não nobremente como louco personagem contra moinhos de vento, mas contra os gigantes a lhe jogar muito mais que moinhos de vento de cima de inexpugnáveis fortalezas, pois convenhamos, 150 anos de biolgia já construíram uma estrutura inigualável na Biologia, pois nem mesmo a física, mais profunda das ciências popperianas, possui uma única teoria eixo que a unifique.

Logo, por essas, evolução, seja na forma que for, é fato, quanto mais a dos seres vivos, e criação, especialmente dos seres vivos, é mito, e deve ser enterrado junto com outras idéias primitivas e tolas.

Passemos o ítem (6) para a próxima blogagem, para formar um conjunto mais tratável e de leitura menos difícil, e colaborando por tentar levar um mínimo de método e coerência à verborréia de mais um criacionista, ao menos para massacrar-lhe.

Mas antes, sobre citação de Spencer, texto meu, que cabe aqui ser agora repetido:

Antes a dura realidade, a certeza da finitude, a convicção saudável da insignificância, a segurança do domínio de sua vontade limitada no universo do possível, que a crença tola numa divindade infantil e providente, traçada com os piores vícios dos ególatras, que deseja apenas a adoração e faz de seus tolos e estúpidos seguidores marionetes de um jogo insano, no qual palavras imbecis ditas em mantras desconexos passam a ter mais valor que o trabalho honesto.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

"Júnior", o Recalcitrante


Não, não sou eu com dor de cabeça de ler bobagens de criacionistas.

Primeiro, alguns pontinhos:

1) Tenho sido displicente nas últimas semanas com este blog, por motivos profissionais acima de tudo, e também porque estou preparando um texto "monstro", similar ao anterior.

2) Tenho atualmente a meta de um artigo a cada 200 visualizações, portanto, para manter aproximadamente tal ritmo, colarei aqui uma bobagem, até divertida, mas não sendo honesto com meus poucos leitores, e muito menos, seguindo o sábio conselho de Shakespeare, através de Polônio, em Hamlet:

"Sê fiel a ti próprio: segue-se disso, como o dia à noite, que a ninguém serás falso jamais".

Existe um molequinho, mais que impertinente, que adora postar comentários que só depõe contra sua respeitabilidade em meus artigos na Knol, com os argumentos mais estapafúrdios e até desconexos com seus próprios dogmas. Uma curiosidade é que tal personagem usa a imagem de "Jesus nas nuvens iluminado", o que por si só já daria análise de meus amigos da área da Psicologia e Psiquiatria, mas isto deixo para outra hora...

O conjunto de pérolas a seguir, e o que tentaremos extrair de tais amargos pequenos frutos, é o que interessa. Antes de tudo, agradecimentos ao "Júnior", pois devemos sempre lembrar do grande alemão maluco bigodudo:

"O que não me faz morrer me torna mais forte."
Que meu personagem, Francisco, O Herege, adaptou:
Ide e divulgai minha sabedoria: que os pequenos pelos encravados* são o que farão à mão cuidadosa e aos olhos atentos, produzir as belas e cuidadas peles.
*Os termos aqui não são bem esses.
Ou...
As terríveis ressacas os farão resistentes aos mais fortes destilados.

Assim, bebendo do veneno de "Júnior", nos vacinemos contra a estupidez, e abordemos alguns pontos do que seja a solidez da Evolução dos Seres Vivos como fato (e dentro do possível, nos divertamos com isso e divulguemos Ciência e Filosofia, com garrafais letras).

Portanto, coragem e boa leitura!

"Júnior": Bananas na maioria não tem semente só as selvagens.

Minha resposta:

1o) Pouco interessa para a bobagem sem nexo que é o "argumento da banana", que por sinal, nasceu de uma piada dos biólogos exatamente para fazer criacionistas dizerem MAIS besteiras.
2o)Pouco interessa que tivessem até chifres, ainda sim, espécies não seriam fixas exatamente porque somente bananas selvagens tem sementes, exatamente como VOCÊ afirma.

Observações: Criacionistas e outros "pseudos" seguidamente apresentam pontos que depõe contra sua própria argumentação. Assim, ao afirmarem por exemplo os defensores do design inteligente que o designer age, implicam em que age sobre uma forma de vida, logo, evolução ocorre. Quando afirmam como no caso que uma espécie É ASSIM quando selvagem, mas se modificou, igualmente.

Afirmarem que "continuou banana" ou bobagem similar, basta responder que "continuamos amniotas", mesmo quando perdemos a cauda, ou ganhamos polegares opositores, ou "continuamos peixes" ou "continuamos vermes de simetria lateral".

Outro dia, até ouvi de pessoa que me é muito simpática o clássico "mas isto é como a questão -o que veio primeiro, o ovo ou a galinha?".

O que a primeira vista parece um dilema insolúvel, ao primeiro estudo, mesmo primário, de Biologia, e nesta sua teoria eixo, e mais que isso, entender o fato que é a evolução, independentemente de seus mecanismos já nos ensina: uma protogalinha, e de "sua frase": -o que veio primeiro, o ovo ou a protogalinha?", uma "protoprotogalinha", e sem usar estes termos, mais adequados a quem trata a coisa tendencialmente por uma abordagem de lógica aplicada (filosófica), apenas por questões didáticas, sob a ótica da Biologia:

n-1: Uma ave do gênero Gallus

n-2: Uma ave da família Phasianidae

n-3: Uma ave da ordem Galliformes

n-4: Uma ave, pelos menos, pela cladística atual - e acrescentar centenas de outras classificações não vai mudar a firmeza da marcha de nosso raciocínio.

n-5: Um Chordata, inclusive, não mais com ovos de casca dura e , num determinado ponto no passado, que necessitavam colocar seus ovos n'água, aliás, como os anfíbios de nossos dias.

E assim até L.U.C.A., de onde, e do qual, por sinal, todos adviemos e somos apenas "galinhas" botando novos ovos, ou parindo novas crias (e até fazendo brotar algo novo de nossas costas). Assim, o problema não é a galinha ou o ovo inicial de uma galinha, mas como associaram-se moléculas em colaboração para produzir galinhas..., perdão, L.U.C.A.s, que inicialmente (e ainda hoje, em muitas de suas variações) dividiam-se em novos L.U.C.A.s ligeiramente diferentes. E infelizmente para estes patéticos personagem, afirmar que não sabemos EXATAMENTE como tal processo se deu não serve para afirmar com mínima segurança que tal NÃO se deu, muito menos que não se deu e necessariamente ocorreu pela ação de seu fantasmão providente, curiosamente, o mesmo que se expressa com frases um tanto desconexas em péssimo hebraico e ainda pior grego em determinado compêndio de livros escolhido por determinado governo que até escrevia em razoável latim, citando, mais uma vez, com adaptações, o bigodudo alemão.

Assim, um raciocínio com "séries infinitas impossíveis" a KANT ou bobagem filosofóide similar, como as pelas quais já enveredaram pseudos de retórica bastante mais poderosa, como o obscuro senhor Olavo de Carvalho, pulando premissas simples que derrubam qualquer raciocínio simplório, tornam-se desnecessários, e desprezam-se "sequências infinitas", pois nem as galinhas existiram pela eternidade, nem os continentes onde ficam os galinheiros de minha infância, nem o planeta onde tais continentes navegam em rocha no tempo geológico fluida, nem o sistema solar onde nossa bolinha insignificante orbita, e aliás, nem a gotícula espaço-temporal cheia de míseros menos de 10^80 átomos (se não me falha a memória - e ainda que fossem 10^800 ou 10^(10^80) ainda seriam LIMITADOS, inclusive no tempo, em sua apresentação e organização).

A seguir, apresentei o sábio conselho, sempre desprezado, que deve ser repetido AD NAUSEAM por todos, a todos que enveredam por negar o inegável e sustentar o insustentável:
-Agora vai estudar e pare de perder tempo tentando discutir o que não tem as mínimas condições nem mesmo culturais para tentar.

Nosso amigo "Júnior" deveria lê-lo e relê-lo com mais atenção, antes de escrever o que está por vir. E aqui numeremos o perolar, pois será prolífico e de complexa análise.

"Júnior": As evidências da evolução não são imparciais.(1)
Todo biólogo, naturalista, zoólogo e todos os outros especialistasvivem de mentiras, cada um mentindo para si mesmo.(2)
Tenho certeza que cada um conhece pelo menos 10 casos que vão contra a teoriairrefutavelmente e mesmo assim ignoram.(3)
Tudo que vai contra essa teoria é ignorado, a maior parte dos testestem resultado negativo e tudo que eles conseguem é muita dor decabeça.(4)
Das evidências da evolução, algumas não poderiam ser usadasuma vez que não são considerados todos os fatos e fatores, muito material é omitido; é uma fé cega.(5)
Você quer tentar refutar algumas dessas irrefutáveis verdades? Então responda: Qual a probabilidade de uma briófita nascer em uma ilha?(6)

Minha resposta no comentário ao Knol:

- Por favor, menino, no que raios uma população se implantar num "locus" pode servir como argumento contra a evolução dos seres vivos?


- Leia um sábio conselho: poupe-se de ridículo.

(Como diria o grande Motta, em adaptação de outro autor ainda mais poderoso: "A bom entendedor, meia palavra basta; aos maus entendedores, milhares de discursos não surtirão efeito.")

Mas como agora disponho de tempo, e no meu Blog não tenho de ser nem um pouco comedido nem moderado, nem sou passível de punição de algum tipo...

(1) Tanto as evidências da evolução são imparciais que são FATOS e EVENTOS (aqui, um determinado aristotelismo é adequado) são naturais, e nada mais imparcial que a natureza. Ela torra sob lava fluxos piroplásticos, asfixia com gases vulcânicos, afoga sob tsunamis e inundações, e esmaga sob quedas de meteoros mesmo os mais fiéis dos cristãos e infiéis dos brâhmanes. Pouco se interessa que tenhamos escamas ou penas, respiremos pela pele ou por fumantes em nossos rituais pulmões. A natureza é a testemunha impassível das testemunhas impassíveis.
Ela é o todo onde tudo acontece.
E neste tudo acontece, está o surgir da vida a partir de reações químicas, o mudar de tal vida desde os protozoários e algas microscópicas até animais que celebram seus deuses em medíocres arquiteturas, derrubáveis ao menor estremecer de uma parte mínima da crostra terrestre, de maneira tão banal quanto eu quando criança tinha como passatempo perturbar formigas, animal que hoje sou imenso admirador, e sobre o qual considero que deveríamos muito aprender para nossa sobrevivência futura.

Sobre isso, uma pausa: formigas e abelhas trabalham todas como escravas, e nenhuma é senhora para seus luxos de outra formiga ou abelha, e mesmo o que parece uma confortável situação, é uma vitalícia escravidão ao conjunto de sua sociedade. Ao contrário de determinados macacos pelados, não escreveram livros sagrados onde recomendam a escravidão de quem não seja de sua fé grupal, por sinal, esquizofrenicamente codificada no mesmo livro, por sinal, sob controle de determinada casta específica e eleita para tal fim, normalmente, por si própria.

Mas retornando: nada mais proveitoso para o medíocre pesquisador que um pesquisador minta, fraude.
Explico este ponto. Se um pesquisador fraudar um fóssil ou qualquer "descoberta", ganhará notoriedade aquele que o desmascarar, mesmo que nisto não apresente descoberta alguma. Ciência vive inclusive, e a fama de quem a produz igualmente, não só na "produção de gemas artificiais" a partir de materiais triviais, mas também da lapidação de aparentemente grandes descobertas, da lapidação de gemas brutas, do aparar de arestas. Espero que a metáfora seja adequada e instrutiva.

Se um chinês (ou qualquer outra nacionalidade, sejamos bem claros) monta fóssil aparentemente interessante com dois ou mais fragmentos aparentemente coerentes, e apresenta como fóssil importante, e é desmascarado, outro chinês que o desmascare (ou até apresente seus honestos erros, sejamos mais moderados), ganhará páginas de notoriedade, e ainda assim, colaborará com ciência sólida. Mas convenhamos que se a "perigosa idéia do naturalista que ocupou o Beagle" fosse uma sandice, ou mesmo uma desonestidade, 150 anos de milhares de pesquisadores de todos os quilates já a teriam derrubado.
Por outro ponto interessante, e mais gritante como claro ainda, bastaria os Criacionistas apresentarem o PUFAR de um simples e simpático elefante, pelos mecanismos que bem o entendessem, e toda a evolução como FATO desmoronaria, ou mesmo derrubar as simples e evidentes mutações, ou mesmo a ainda mais clara seleção natural - que aliás, segundo os próprios Criacionistas, já ocorreu inclusive no tamanho da porta da Arca de Noé.

Perdão pela ironia até grosseira, mas releiam a parte acima, onde noto que pseudos apresentam pontos que depõe contra sua própria argumentação.

(2) Este ponto é tratável pela mesma argumentação acima, mas acrescentemos uma abordagem por outro ângulo, um ataque por novo flanco.

Se profissionais de biologia, em suas diversas subdivisões, somados aos geólogos, aos astrofísicos, aos cosmólogos (os exagerados da ciência, pois não se contentando com o pequeno, por maior que seja, querem entender tudo) - no seu ataque à "Terra Jovem", ao "Dilúvio Universal" -, sem falar com os "produtores de ferramentas", como os Físicos Nucleares, na Geocronologia, com os Físicos Teóricos, nas diversas teorizações que limitam e colocam os tempos como geológicos, astrofísicos e cosmológicos, em bilhões de anos, em diversas escalas; e os práticos Químicos Analíticos, que insistem em com suas determinações de composição, em afirmar que as medições de isótopos e outros confirmam os tempos teóricos, aos Bioquímicos, com sua obsessão patológica em produzir uma célula simples de um balão de vidro, em repliclação dos processos em escala geológica; etc.

Sim, todos eles mentem para si mesmos e entre si, curiosamente, e só quem diz a verdade são gênios doutos iluminados que afirmam que barro soprado produz um homem acabado, costelas geram Megan Fox ou fêmea similar - mesmo fisicamente inferior - canoões abrigam casais de todos os animais terrestres (tirando os malditos entricotérios, por exemplo, que pelo visto, entalaram na porta, matando milhões de formas que vinham atrás, inclusive, ordens inteiras de simpáticos e fofos mamíferos, que não tinham nada a ver com a carpintaria infeliz de Noé e sua família); Lua ilumina ou governa a noite, para se ter idéia do nível de primitivismo mesmo da astronomia do povo sobre o qual colocamos as bases da mais profunda pretensa sabedoria ocidental. O mesmo povo que limitava o mundo por "águas", pois provavelmente, não sabia fazer barcos - pista: notemos que o mar "teve de se abrir" para passarem.

Sinceramente, prefiro povos que consideram que o mundo se apoia em elefantes cósmicos, sobre as costas de uma ainda maior tartaruga cósmica.

Aliás, antes dos mitos de criação e sustentação da Terra, prefiro povos que pouco se interessavam por isso, como os egípcios, que simplesmente passaram por cima da "Terra Prometida" para sovar beduínos, em Tutmosis II, como os helênicos, que aos tempos de Alexandre simplesmente varreram o oriente médio, com seus deuses do homem comum de formas e defeitos humanos, como os romanos, que com parcela pequena dos exércitos dos Césares tomaram aquela improdutiva terra, que pouco "leite e mel" produzia, e para graça da fé cristã, foram exatamente os povos que permitiram o fenômeno histórico e cultural que é o cristianismo, que em algumas de suas vertentes, nos atormenta com sua visão da Idade do Bronze do mundo, e certamente, no fundo, com algumas das piores intenções.

Mas não nos preocupemos, pois assim como IHVH (ou YHWH, como preferem algumas mentes lavadas com anglosaxonismos típicos pois oriundos do cinturão bíblico norteamericano, desprezando nossa origem latina) não mexeu uma palha para proteger seu "povo escolhido" dos egípcios, dos helênicos e dos romanos que os preservaram até nossos dias, assim também não mexerá outra palha quando sua marcha irracionalista estiver sendo mais esmagada do que já é.


(3) Juro que há anos procuro saber pelo menos UM caso que vá contra o processo evolutivo como FATO. E aqui, tratemos de explicar o que podemos classificar, mesmo que a plena análise como errôneo, ou confuso/difuso, como FATO, EVENTO e FENÔMENO.

A meu ver, fato é aquilo que acontece. Por exemplo: Tambora ter explodido é um fato, basta visitar a ilha, ou ler relatos sem pretensão alguma de exagerar fenômenos. Fenômeno é por exemplo, vulcões existirem, e terem processos, inclusive como até explodirem, em eventos como a ruptura de sus cumes. Evento é o manifestar de algo físico, como rocha abrigando gases romper-se sob pressão interna. Mas notemos, como disse inicialmente, e lembremos BARTHES, que comunicação plena e perfeita é impossível, apenas gastemos algumas letras para entender o que quero paresentar, em pelo menos, linhas o suficiente para ser específico e coerente em meu discurso.

Espécies mudam no tempo, isto é um FATO. O fenômeno que o causa e configura é que genética se altera, e isto é até aleatório pela conspiração de um universo inteiro sobre a química da vida. Eu ter uma pequena mal formação no osso do quadril, insignificante até para levantar grandes pesos, mas causador de uma aos 26 anos incômoda hérnia inguinal, é a consequência de um evento, certamente no meu desenvolvimento embrionário. Mas é FATO que a vida evolui, assim como é FATO que operei-me de uma hérnia, mas os fenômenos que a causam ou os eventos que ocorreram para se chegar a ela, pouco interessam. Aí estão os fósseis da evolução, aí está minha cicatriz de cirurgia. Aí estão os fenômenos que operam na alteração da genética, da instabilidade da vida, assim como estão aí os milhares que possuem a mesma má formação de orifícios nos ossos do quadril. Aí estão espécies mudando toda a hora, se especiando, perdendo chifres, ganhando pernas curtas, pelos mais longos, escamas a menos, umbigos em seus frutos, assim como rompendo tecidos de abdômens todos os dias e adentrando tranquilamente, sem grandes problemas, em salas de cirurgia. E nem precisamos saber quais foram os eventos que fizeram rinocerontes estranhos ficarem do tamanhos de ônibus e até entalarem em portas de conoeiros da Idade do Bronze, ou mesmo lagartos estranhos serem maiores que alguns teco-tecos, e nem serem conhecidos por canoerios a derrubar florestas para construir barcos impossíveis.



O que interessa é que espécies tem mudado e se diversificado, se dividido em novas espécies, há bilhões de anos, e com mais intensidade há centenas de milhões, e tal é FATO, e deve ser escrito com todas as letras maiúsculas, que não tem sentido algum em redação, mas marca bem quem lê, pois a questão é didática, e NÃO É FATO o amontoado de narrativas hebraicas em dúzias picotadas de linhas desconexas, que mal conseguem entender que plantas não nascem antes de haver o Sol que as ilumine, que é desconexo que o "espírito" do que quer que seja flutuava sobre águas antes de haver gravidade da Terra para formar um primeiro oceano, que conta errado o número de patas de insetos, que joga sobre as costas de coelhos hábitos de digestão que não possuem.

É FATO que a Bíblia possui passagens morais úteis, embora convenhamos, os budistas escreviam melhor séculos antes, e parábolas sábias, embora sinceramente, as de Esopo são imensamente mais poderosas e morais, e até mitologias agradáveis e com fundo moral razoável, embora os gregos e egípcios sejam imensamente mais prolíficos neste campo. Mas é FATO que como compêndio de ciências, assim como narrativa histórica confiável, grande parte da Bíblia é lamentável como parcial, mente desavergonhadamente sobre inúmeros pontos e é LIXO igualmente com letras maiúsculas no primeiro aspecto.

Tal disse numa primeira aula de Filosofia em meu curso de graduação, lembro ter dito em esboço nas minhas aulas de então segundo grau, repito agora e sempre, e não afirmo tal sozinho. Devemos romper com dois aspectos em nossa cultura, para nosso próprio bem:

I) Em poupar termos e guardar hipócritas sensibilidades para com as tolices da religiosidade alheia.

II) Temer tratar o adequar das afirmações das ciências com aspectos históricos, como a Cosmologia, a Astrofísica, a Geologia e a Paleontologia com o relato mítico bíblico como uma cartapácia tolice. A Bíblia é desastrosa de ser adequada, pois é desastrosa até consigo mesma.

A Bíblia não é a palavra sagrada de deus e o perfeito relato dos fatos do processo de formação das coisas. Sagrado é fazer em pó tal tolice, e entender aquele amonstoado desconexo de afirmações primitivas como o que é, o último compêndio de uma cultura que nos foi útil, ao menos em alguns passos da Filosofia, no estabeleceimento de sistemas legais e até de saúde pública, na configuração de uma sociedade amorosa - pois hebreus apedrejavam mulheres adúlteras ou trabalhadores em determinados dias, e romanas jogavam filhos indesejáveis nos lixo, assim como eram mais uma sociedade administrada pelos métodos de corporações de assassinos que ponderados juízes e uma democracia igualitária.

Por outro lado, foram exatamente os "humilhados faraós" que receberam em suas famílias um tal bebê abandonado no rio, o irmão vendido como escravo com suas coloridas vestes e seu descrente povo de muitos deuses determinado jovem casal montado em um asno, com bebê condenado à morte pela profecia do nascimento de um rei.

Portanto, a Bíblia conspira contra a própria perfeição bíblica, e tal paradoxo é exatamente a semente de uma argumentação para que a abandonemos nestes pontos, para os quais não serve, nunca serviu e nunca mais servirá, pois a defesa do criacionismo biblicista nada mais é que os últimos suspiros fétidos de um cadáver insepulto.

Por hora, aproveitando o texto que julgo com algum impacto, ocuparei estas páginas, e sendo mais uma vez desonesto, guardo o restante para a próxima semana.