segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Acendam-se futuras lanternas - II

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Retornemos aos nossos problemas, que são na verdade como se apresentam as leis de Clarke e suas relações com aquilo que o anel dos Lanternas Verdes seria capaz de fazer.

Juro que tentei resistir, embora sirva para citar que talvez algum dia conheçamos espécies inteligentes (e certamente não tão atrapalhadas) que assemelhe-se a cada um dos personagens dos Looney Tunes.


I. Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, é quase certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.

Obviamente quando dizemos que com magnetismo se pode levitar até um navio, basta lembrar os enormes guindastes de ferros-velhos, ou os maglevs que sabemos que o magnetismo permite elevar uma carga imensa.

Mas se eu disser que existe possibilidade no futuro de anularmos a gravidade, você diria sem titubear que estou enganado?

Mas percebamos que é mais fácil aceitar a manipulação de um campo do que o surgimento de algo sólido a partir de energia (as proezas dos anéis dos Lanternas Verdes).

Porém, vejamos que já temos hoje o conhecimento que partículas "de energia" (como os fótons - mas veja as aspas, estas e as próximas, e as procure entender) são "tranformáveis" em partículas de matéria (a produção de par). teremos aí um elétron e sua anti-partícula, o pósitron, por exemplo, que se "unidos" voltarão a resultar num fóton (a anulação matéria-anti-matéria). 



Mas poderá agora você me dizer que no futuro poderemos tomar as partículas que produzem massa "trivial" e não aproveitarmos a anti-matéria como fonte de energia neste processo?

Nos descolamentos à altíssimas velocidades, as partículas que estão "vindo" no espaço e com a quais nossas naves  "enfrentemos", não teriam agora alta energia em relação a nós e não produziriam enorme quantidade de produção de pares (tal como insetos que nos atingem num para-brisa de automóvel, tal qual o ar entrando nas nossas turbinas)?

Não poderíamos criar nanomáquinas tão pequenas que em conjunto obedecessem aos comandos de um acoplamento aos nosso cérebros (e talvez colocados nos dedos) e que aproveitassem permanentemente este gerar de matéria que a natureza propicia?

Ou talvez do "vácuo quântico"?

As possibilidades são na prática infinitas, e não teria de forma alguma coragem de dizer que tais coisas sejam "impossíveis".

Se eu fosse teletransportado para a cabine dos operadores de "telégrafo sem fio" do Titanic e dissesse que uns 90 anos no futuro estaria falando de um telefone do tamanho de uma pequena barra de chocolate com um de seus descendentes, estes me julgariam um anjo que vinha lhes trazer uma redentora messagem de esperança? (Ou um louco em delírios perto da morte com roupas esquisitas.)


Devo preparar o leitor para que nas próximas linhas citarei o lamentável "filme documentário" 'Quem somos nós?'.

Uma coisa que ele apresenta com alguma fidelidade é que as coisas físicas não se tocam, exatamente porque partículas subatômicas não tem fronteiras plenamente definidas (em suma, não há o sólido euclidiano na natureza). O que existe é o "confronto" de elétrons repelindo elétrons, por meio de fótons da força eletromagnética, por exemplo, na matéria trivial, e neste caso quando nossos dedos  "tocam" uma bola de basquete, na verdade sempre estamos pressionando uma repulsão entre os átomos de nossos dedos e da bola.

Para o vídeo deste fenômeno basal e banal na natureza, recomendo ver a parte do filme (uma das poucas que realmente é séria em Quem Somos Nós ? parte 03 / 12 a 4m19s).

Para entender com mais detalhes a questão da matéria trivial como sendo algo rarefeito, recomendo ler minha blogagem onde apresento "a joaninha no centro do Maracanã".

Para uma escala de densidades e pressões nos corpos celestes (pois só os maiores permitem as pressões e densidades que implicam em não ser mais os fótons que sustentam o "não se tocar" de átomos), recomendo minha outra blogagem com "a joaninha na banheira": Das moléculas aos buracos negros - Uma revista à escala da massa e ao processo de agregação dos corpos celestes.

Aliás o "tocar" é a repulsão de qualquer coisa mesmo na mais densa matéria, e quando chegamos à densidade de estrelas anãs brancas, o que resta é a resistência da repulsão daquela pasta de elétrons e núcleos). Adiante (na pressão e densidade), este "não se tocar" se dará por nêutrons com seus agitados quarks, posteriormente, pelo menos em conjecturas, pelos quarks em alo similar a um fluido, e depois, a Física nada mais pode afirmar.

Uma de minhas mais robustas contribuições românticas na Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_degenerada

Mas retornemos ao anel dos lanternas verdes...

Se a própria matéria trivial é a "confrontação" de fótons causando reposição, e assim que empurramos, moldamos e até pulverizamos coisas, como poderia se afirmar que o domínio destes mesmo fótons não vá empurrar, modelar e até pulverizar coisas?

Se as partículas mássicas surgem no vácuo a partir de luz, e são partículas mássicas que formam as coisas que empurramos, como não poderia a luz sob controle moldá-las, e numa avançadíssima tecnologia até pulverizá-la. Por isso, que me parece embora extremamente distante mas não um absurdo físico, que não posso afirmar que o anel dos lanternas seja um absurdo.

Os estranhos ao nosso julgamento inicial orbitais eletrônicos, muito diferentes do que poderia ser pensado como  algo similar a planetas ao redor de uma estrela.


A confiança que existia nos finais do século XIX sobre a capacidade explicativa daFísica era enorme. William Thompson, mais tarde feito Lord Kelvin, chegou ao ponto de declarar que a Fisíca lhe parecia um conjunto harmonioso e, no essencial, acabado, não vendo no horizonte senão duas núvens negras; o resultado negativo da experiência de Michelson-Morley e a catástrofe ultra-violeta da lei de Raleigh-Jeans. - flipflop.no.sapo.pt

There is nothing new to be discovered in physics now. All that remains is more and more precise measurement. (Não há coisa alguma nova a ser descoberta em física agora. Tudo que resta é medição mais e mais precisa.) - Frase atribuída de maneira duvidosa à Kelvin, provavelmente oriunda de "An eminent physicist remarked that the future truths of physical science are to be looked for in the sixth place of decimals." (Um físico eminente destacou que as futuras verdades da ciência física são olhar-se na sexta casa de decimais)Albert A. Michelson


O próprio Isaac Asimov criou um corolário para a primeira lei de Clarke: "Se o público leigo apóia com fervor uma idéia dita impossível pelo tal cientista distinto e de idade avançada, este último está provavelmente certo." ("Asimov's Corollary", The Magazine of Fantasy and Science Fiction, Fev. 1977) - Wikipédia

Leitura recomendada:

  • Vários pontos da Física de ponta, tanto em partículas quanto em Cosmologia, incluindo o "vácuo quântico": Quantum Vacuum - horizons-2000.org
  • White Dwarfs - www.ezizka.net - Para um entendimento bem agradável de como se formam as anãs brancas e suas propriedades (que são na verdade as propriedades da matéria degenerada que as compõe), inclusive, a estranha ao nosso mundo que quando mais massivas, menores e mais densas são.


  • Algo sério e bem escrito sobre estrelas, incluindo anãs brancas e a história de seu descobrimento: NASCIMENTO, VIDA E MORTE DAS ESTRELAS - www.cdcc.usp.br        


Obs.: Separei as leis de Clarke com o mesmo motivo de que novelas televisivas brasileiras são uma enorme enrolação quase infindável em capítulos de quase uma hora - fazer textos mais curtos e com isto manter você leitor entre duas situações; ter textos mais compactos e digeríveis e manter-se vindo aqui lê-los.

Como sou um democrata, aceito reclamações e sugestões.

O que é escrito sem esforço em geral é lido sem prazer. - Samuel Johnson



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