quarta-feira, 29 de junho de 2016

A implacável gravidade


Citemos:


“Nos domínios da microfísica, partículas que pertencem à distintas classes se misturam, como os bárions e os léptons.


Como exemplos particulares de cada uma dessas classes, o próton (um bárion) e o elétron (um lépton) não podem se transformar uns nos outros: eles mantém rigidamente uma divisão nobiliárquica. Dessa constatação surgiram diversas teorias que pretendem explicar, a partir de propriedades mais íntimas, a origem dessa separação, esbarrando numa dificuldade maior, relacionada aos processos especiais de interação das diversas formas de matéria e a ausência de sua universalização.


Os físicos demoraram a destacar o fato, bem conhecido, de que o único processo físico comum a todas as partículas, a única forma de interação que transcende aquela barreira nobiliárquica, é a gravitação.”
Mario Novello*; Matéria-prima fundamental e a expansão do universo; SciAmBr, Junho 2016.

* Físico, cosmólogo - www.iea.usp.br; acienciaqueeufaco.mast.br





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idahoptv.org



Explicando de maneira mais leiga o parágrafo acima, a Física mostra que as partículas apresentam atração e repulsão por carga elétrica, como repelem-se os elétrons entre si, ou os pósitrons (os anti-elétrons) entre si, os prótons entre si, pois basta lembrar o elementar “cargas (elétricas) opostas se atraem e opostas se repelem”.
As cargas de um elétron e de um próton se “anulam” (atente-se para as aspas, pois aqui existe uma série de coisas a serem entendidas, como a conservação de momento, onde surgem os neutrinos) na “captura eletrônica”.

CodeCogsEqn.gif
Para meus amigos “latexentos”, em caso de necessidade de repetirem a equação: \mathrm{p}+\mathrm{e}^-\rightarrow\mathrm{n}+{\nu}_e



Parte da formação de núcleos nas estrelas está relacionada com este fenômeno.

Já no que se trata da “força colorida”, a questão é bem mais complexa, havendo a combinação de quarks, sua alteração de “sabores” conforme processos ainda mais variados que o acima descrito, as cargas elétricas são parciais, formando os hádrons, a interação atrativa é propiciada pelos glúons, cujo mecanismo e próprio equacionamento de seu comportamento na distância é tema de intensa pesquisa e difícil modelagem (relacionada com expoente/potência da distância), etc.

Para bem mais informações, recomendamos: en.wikipedia.org - Quark, e alertamos que a questão é tão complexa que o chamado “MIT bag model”, que certa vez me interessou para entender, pelo menos por alto, a questão, sequer tem artigo na Wiki em inglês, com todo o volume de físicos que colaboram nela. Ver en.wikipedia.org - Nucleon - Models .







Mas vamos no concentrar em coisa mais básica e útil nessa curta apresentação.

Combinados os quarks e formando os nêutrons e os prótons, eles não se repelem em certas proporções, como vemos nas tabela periódica, no número atômico e diversos números de massa dos isótopos, onde quem varia, diz a Física e Química de secundário, é o número de nêutrons, anulando a repulsão mútua dos prótons, lembrando que encontram-se em curtíssimas distâncias, da ordem de um diâmetro do núcleo de um décimo de milésimo do diâmetro do átomo. Como digo, a “joaninha no meio do campo do Maracanã”.

Uma observação: Pela razão de serem neutros em carga elétrica, que os nêutrons são os projéteis perfeitos para a Física Nuclear, pois não são atraídos pelos elétrons externos (uma física redundância necessária) dos átomos, nem repelidos pelo conjunto dos prótons do núcleo. Assim se obtém isótopos mais e mais pesados laboratorialmente, e com a “decomposição do nêutrons” absorvidos, com emissão/decaimento beta, outros.

Ver: en.wikipedia.org - Beta decay


Mas numa escala acima, átomos de uma barra de ferro explodem para todos os lados pela repulsão de seus núcleos?

Evidente que não, pois as cargas se anulam, átomo contra átomo, com a presença dos elétrons, negativos. Lembremos que os núcleos não explodem, bem… resumamos, já que sou leigo no campo, pela presença acalmadora das fissões dos nêutrons. Ainda bem, pois assim, pelo universo à fora, sob as melhores condições, temos átomos, destes temos moléculas e por fim, estamos vivos!

E quem mantém tal massa aderida? A gravidade?

Novamente, evidente que não, assim como não o fará até corpos da escala dois menores asteroides, alguns do tamanho de montanhas. Quem faz isso são forças de atração eletromagnéticas, as mesmas que formam cristais de açúcar ou sal em qualquer observação de um experimento infantil realizável em casa. A gravidade só será a senhora dos processos quando a massa atingir algo que inclusive conduza o corpo a tornar-se mais e mais arredondado pela plasticidade que sempre existe mesmo na mais sólida rocha, mesmo no mais duro metal. Calor só acelerará o processo, seja oriundo de impactos, seja de acomodação de massas de material e o atrito produzido, além da fissão dos maiores núcleos atômicos. Geologia, astrogeologia, ou qualquer nome que se dê à ciência do comportamento geral dos corpos celestes, cada um a seu caso de composição e escala, é ciência de catástrofes e processos lentos, de eras.


Somando, existem processos de soldagem de metais e ligas com pressão, somente e com adicionais de energia, sem fusões, em que após chegar-se a determinado valor das interações atrativas entre os átomos, há a formação de um novo sólido íntegro, onde antes, digamos, havia dois. Logo, até na prática mais industrial e tecnológica se percebe que não necessita-se de gravidade, a formação à alta temperatura de um cristal ou outra agregação semelhante ou ainda, pela contrapartida, que exista uma repulsão definitiva, empecilho maior da agregação - e manutenção da integridade do corpo - em maiores escalas.

Para tais processos de soldagem, ver: en.wikipedia.org - Welding - Solid-state


Logo, como coloca Mario Novello, a gravidade agirá entre todas as partículas, pois sua “carga” (por favor, perdão, amigos físicos!) é massa, e só quem não a possui são partículas como os fótons, e átomos não são feitos deles, ao que me parece.

Uma nota que seguidamente é esquecida, e carrega uma didática ironia: Por essa falta de massa que fótons podem viajar à velocidade da luz.


Como já colocamos em outro artigo, e explicamos, não interessa se o material é um gás, sendo suas partículas quais forem, se não tiverem a repulsão de cargas elétricas, e na média átomos e moléculas não tem, e íons teriam de ser assimetricamente de mesma carga na escala de nuvens no espaço, um absurdo, essas por fim se agregarão, pois apresentam massa, e essa sempre, até alguma prova em contrário, atrai a si própria, o trivial “massa atrai massa”.

Mas essa questão gera um perturbador problema, independente, por incrível que pareça, de estrelas ou qualquer corpo celeste se formar e por quais processos. Tal problema foi perturbador para o universo infinito e bem distribuído de estrelas de Newton, assim como continuou sendo a sua maneira para Einstein.

Traduzamos um pequeno texto e a questão ficará clara:

“O problema da instabilidade

A instabilidade ou “problema de Jeans" , com o nome de James Jeans foi referido pela primeira vez por Poincaré no contexto da gravidade newtoniana em 1902. Jeans mostrou que, para qualquer gás um tamanho pode ser encontrada de tal modo que nenhuma nuvem de maior tamanho seria estável, e por isso a nuvem iria entrar em colapso sob qualquer perturbação, não importa quão pequena. Na cosmologia isso significava que uma cosmologia newtoniana estática não era possível, um espaço infinito seria sempre instável em condições de perturbação. Newton, em correspondência com o Bispo Bentley na década de 1690, tinha previsto este resultado. Cosmologias einsteinianas são igualmente instáveis, um problema ignorado por Einstein quando introduziu a constante cosmológica, a fim de obter uma solução estática para suas equações de campo.


A instabilidade encontrado por Jeans foi inicialmente considerada como um método para a produção de estrelas e galáxias a partir de um fluido primordial, no entanto a análise dá muito semelhança com o de Chandrasekhar e Oppenheimer, ao considerar a formação de estrelas de neutrões e buracos negros.” - philosophy-of-cosmology.ox.ac.uk


Assim, a gravidade, fraca frente as outras forças, mas na maior escala suprema senhora do universo, por fim, vencerá qualquer oposição, a menos para o universo como um todo, talvez, pois no fundo não sabemos, se este manter-se permanentemente expandindo-se e dissipando, ainda que com regiões de maior e maior densidade, seja numa estrela, adiante num buraco negro, seja mesmo em você na superfície de uma bolinha de uma certa variedade de materiais.



Extra
A hipótese “Grand Tack


Grand Attack2.jpg




Na mesma edição da Scientific American, o hipotético caos e seguidas alterações de configuração (já que sabemos que evoluindo está, e não é plenamente no tempo” kepleriano”) de nosso sistema solar, e um bom quadro da hipótese “Grand Tack”:


“Em astronomia planetária, a hipótese Grand Tack propõe que após a sua formação a 3,5 U.A., Júpiter migrou para dentro, para 1,5 U.A., antes de inverter o curso após a captura de  Saturno em uma ressonância, e acabou parando perto de sua órbita atual de 5,2 U.A.. A reversão da migração de Júpiter é semelhante ao caminho de uma mudança de veleiro em direções (alinhavando) enquanto viaja contra o vento.

*Termo do esporte da vela que é a ação de mudança de curso, rodando a proa de um barco à vela para dentro e através do vento, de modo a trazer o vento para o lado oposto.
O disco planetesimal é truncado em 1,0 U.A. pela migração de Júpiter, limitando o material disponível para formar Marte. Júpiter duas vezes cruza o cinturão de asteroides, espalhando asteroides para fora, e em seguida, para dentro. O cinturão de asteroides resultante tem uma pequena massa, uma ampla gama de inclinações e excentricidades, e uma população originária de dentro e fora da órbita original de Júpiter. Os detritos produzidos por colisões entre planetesimais varridos da frente de Júpiter podem ter dirigido uma primeira geração de planetas para o Sol.” - en.wikipedia.org - Grand tack hypothesis


Uma apresentação sobre o tema: www.astro.washington.edu

Não só vivemos num sistema caótico mais que teve um  passado um tanto nervoso.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Pontos cosmológicos - 3


Pequenas notas cosmológicas a partir de debates, diálogos, quando não, nervosos bate-bocas pelas redes sociais nesses últimos anos.

Série :



Pobre “partícula de deus”, tão chutada...

Assisti algumas vezes certos personagens afirmarem, sabe-se lá com que premissas, raciocínios ou mesmo seus conceitos sobre os entes e os termos que “a descoberta do bóson de Higgs derrubaria o Big Bang”.

Higgs Boson 01.jpg
Aproximação de um artista de uma colisão de dois prótons que produzem bósons de Higgs. Cortesia do CERN National Geographic. - www.yalescientific.org


Descoberto o campo e sua respectiva partícula que configura massa as demais partículas, inclusive ao próprio bóson de Higgs, uma de suas particularidades (não resisti à uma aliteração!), o modelo padrão das partículas subatômicas está mais e mais completo e corroborado, mas o modelo mais profundo que conduz ao universo se expandindo de um momento de alta densidade e temperatura, que é a Relatividade Geral, e as evidências que sustentam essa modelagem pouquíssima relação tem com isso.

Na verdade, esse campo e sua partícula são mais um significativo fator para modelar com mais precisão o comportamento e a história, a evolução em apresentação e composição do universo.

Um exemplo de leitura simples, de divulgação sobre o tema:
Bóson de Higgs também poderia explicar a primeira expansão do Universo - hypescience.com

Ou uma mais “pesada”:

Study says gravity and Higgs boson interacted to save the universe - earthsky.org


Maldita partícula!

Percebo que não escreveria de modo mais claro e simples:

“Para entender o que ela tem de divino, responda: qual é a diferença entre você e um raio de luz? "Nenhuma" seria a resposta há 13,7 bilhões de anos, no instante em que o Universo nasceu. Nesse estágio embrionário do Cosmos, a grandeza física a que chamamos massa ainda não existia. Nada tinha peso. A matéria que forma o seu corpo hoje era só uma coleção de partículas subatômicas se movendo à velocidade da luz. E aí é que vem a bênção. Certas partículas, os bósons de Higgs, estavam espalhadas por cada milímetro do Universo. Uma hora elas se uniram e, num processo similar ao vapor d'água se transformando em água líquida, e formaram um "oceano" invisível - o Oceano de Higgs. Para algumas das outras partículas que vagavam por aí não fez diferença, caso dos fótons, que passavam (e ainda passam) batidos por esse oceano. Para outras, fez toda. Caso dos quarks (as que formam basicamente todo o seu corpo). Do ponto de vista delas, o Oceano de Higgs era (e ainda é) como um óleo denso. E à força que os quarks fazem para atravessar esse óleo nós damos o nome de massa. Em suma: sem os bósons de Higgs, a matéria não existiria - já que "matéria" é tudo o que tem massa. E você seria algo tão sem substância quanto uma onda de rádio. Chato.”

De “A partícula de Deus” - super.abril.com.br , nos nossos arquivos [ A particula de Deus ].

Acrescentamos:

“O badalado Bóson de Higgs, então, foi encontrado,no entanto, o grande vencedor desta grande jornada científica, a principio, é o Modelo Padrão da Física.

A confirmação da existência do Bóson de Higgs (Partícula de Deus), não causaria em um primeiro momento, um enorme avanço nos estudo da física, pelo contrário, significaria apenas que a teoria que regeu os cientistas e pesquisadores nos últimos 40 anos está de fato correta. Eis que confirmada a existência do Bóson de Higgs, os físicos poderão se preocupar em conseguir explicar algumas das questões que até então não se tem uma explicação cientificamente aceita, e entre algumas delas estão a força da gravidade, o tempo, a matéria escura e a antimatéria.

A análise da descoberta do Bóson de Higgs irá representar uma nova fronteira para a busca da resposta à questão que a humanidade se pergunta desde a antiguidade: "Do que é feito o mundo”? “

Francisvaldo de Lima Coelho; Bóson de Higgs e as Possíveis Mudanças na Física com a sua Descoberta. -  eitecpicos.com , em nossos arquivos [ Lima Coelho - Boson Higgs Possiveis Mudanças Fisica ]

Leitura para os “mais altos iniciados”:

José Maria Filardo Bassalo; O BÓSON DE HIGGS (“A PARTÍCULA DEUS”) E A PARTÍCULA Z 0 (“A PARTÍCULA DE DEUS”); Norte Ciência, vol. 3, n. 1, p. 1-26 (2012) - aparaciencias.org , em nossos arquivos [ Bassalo - BOSON DE HIGGS ]

Jean Júnio Mendes Pimenta, Lucas Francisco Bosso Belussi, Erica Regina Takano Natti, Paulo Laerte Natti; O bóson de Higgs; Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 35, n. 2, 2306 (2013) - www.scielo.br , em nossos arquivos [ Pimenta Belussi  - BOSON DE HIGGS ]

Enfim, concluímos sobre esse tipo de personagens “descobriu-se tal coisa e - non sequitur - derrubado está o Big bang”:

Não tem quem lhes apoie em Ciência séria (e garanto que não existe outra), e Higgs ou não Higgs não derruba o Modelo FLRW, o dito popularmente Big Bang no básico.

Só lamento, estão discutindo groselha.


Retornando certa questão

Sobre “o Big Bang não como “início” do universo”, de "O Big Bang é um mal-entendido" - Hubert Reeves, astrofísico franco-canadense, fala sobre o Big Bang. - super.abril.com.br , nos nossos arquivos O Big Bang eh um mal-entendido , destacamos:
“Mas como não fazer a aproximação? No princípio era o Big Bang, uma formidável explosão de luz, a 15 bilhões de anos, dando origem no Universo. Não é o que dizem os astrofísicos?

Não. Não podemos afirmar que o Big Bang seja a origem do Universo.

Mas é o que os senhores vêm repetindo há anos.

Eu sei. Provavelmente nós nos exprimimos mal e fomos também mal compreendidos. Hoje a ciência de modo algum pode afirmar que conhece a origem do Universo. Ela nem sequer sabe se o Universo teve uma origem. Falar de um começo implica obrigatoriamente a idéia de que antes desse acontecimento não havia nada. Ora, isso não sabemos.

Se assim é, se o Big Bang não é a Origem, o que quer dizer afinal essa expressão?

Ela designa o estado em que se encontrava o Universo há 15 bilhões de anos, eis tudo. Ou seja, a época mais longínqua que nossos meios atuais permitem alcançar. Somos como exploradores diante de um oceano: não sabemos se existe algo além do horizonte. Com efeito, o Big Bang não representa os limites do mundo, mas unicamente os limites dos nossos conhecimentos. Tudo o que sabemos é que há 15 bilhões de anos o Universo era muito diferente do atual: era extremamente quente — bilhões cie graus —, muito denso e desorganizado. Evidentemente, nada de vida, nada de estrelas, nada de galáxias. Nada de moléculas, nada de átomos, nada mesmo de núcleos atômicos. Apenas uma sopa gigantesca, um purê de partículas elementares: elétrons, fótons (ou seja, pequenos grãos de luz) e também quarks e neutrinos, os futuros constituintes dos átomos. Numa palavra, o caos.”


Universo Cíclico e a implacável Entropia

"Supomos que realmente o ciclo é eterno e que o espaço e tempo sempre existiu. Como se comportaria a entropia em um universo eterno?"

Não se trata entropia (ou mesmo toda a Termodinâmica) em Cosmologia conforme se trata em Física de menor escala ou mesmo aplicada a todo o universo "desde o Big Bang".

Termodinâmica trata do calor entre as partículas, e diria até da energia, num cenário espaço-tempo.

Cosmologia mostra que este espaço-tempo já varia no tempo. Assim, já para cosmologias "com bounce", a entropia do universo diminuiria antes do "bounce" e "passando" por ele, entrando no comportamento que hoje vemos.

Uma teoria que trata isso de uma maneira bela é a GQL, ainda que conjectural, mostra que o universo poderia ter propriedades quânticas que a medida que "se comprimiu" (o espaço-tempo diminuindo) aqueceu-se exatamente como um gás comprimido aquece, e suas agregações (como os átomos e mesmo as partículas) "desfizeram-se", chegando a um máximo de temperatura e pressão e então iniciando nosso universo. Noutras palavras, um “gargalo”, um estreitamento de densidade e temperatura.

Em suma, entropia "trivial" não derruba universo eterno/cíclico, apenas, exige o tratamento adequado.

Brian Greene, em seu recente livro “A Realidade Oculta”, trata disso com bastante didática. Destaco aqui uma de suas notas no final do livro:

“Em um detalhe interessante, os autores do modelo cíclico do mundo-brana invocam uma aplicação especialmente utilitária da energia escura (a energia escura será discutida com maior profundidade no capítulo 6). Na última fase de cada ciclo, a presença de energia escura nos mundos-brana assegura a concordância com as observações atuais a respeito da expansão acelerada. A expansão acelerada, por sua vez, dilui a densidade da entropia, o que arma o cenário do ciclo cosmológico seguinte.”



Muitas vezes, divulgar Ciência é arrumar encrenca.


Seria um caso insano de arrogância um ser humano vivo pensar que nada lhe é superior  em todo o mundo. - Crisipo, filosofo grego

“...com frequência a ignorância engendra mais confiança que o conhecimento: são os que sabem pouco, e não os que sabem muito, os que asseveram positivamente que este ou aquele problema nunca será resolvido pela ciência.” - Charles Darwin, Introdução, A descendência do homem (1871)


Apêndice

Ponto interessante sobre divulgação:

Roberta Smolka Adena; Quando os prótons colidem - Uma análise do Jornalismo científico brasileiro a partir da descoberta do Bóson de Higgs; Pontifícia Universidade Católica – PUC – São Paulo Trabalho de Conclusão de Curso - Jornalismo - www.museudavida.fiocruz.br - nos nossos arquivos [ Adena - Quando os protons colidem ]


Destacamos:

“O cognome “Partícula de deus” me trouxe uma carga maior de reflexão acerca do tema. Primeiramente, pensei na origem do nome, que relações haviam ali naquela metáfora, e com o tempo, fiz mais reflexões, o que trouxe ao trabalho maior profundidade ao tema, como a relação entre jornalista e cientista, a alfabetização científica e o sensacionalismo criado pela mídia ao retratar a ciência.

[...]

O Bóson de Higgs pode, de fato, ser considerado uma das maiores descobertas de toda a ciência, mas a maneira como os acontecimentos são popularizados pela mídia ainda distancia o leitor dos fatos apresentados, ou seja, a população permanece carente de informação e capacidade de compreender os motivos e consequências do processo científico.”