sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Aliens (ou vida extraterrestre) IV

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O incremento da inteligência




Jogando pimenta...

Um detalhe interessante da história da vida, é que sempre a complexidade "média" cresceu e a inteligência junto (aliás, é "filha" da primeira).

Exemplifico: na fauna Ediacara temos apenas animais fixos que mais parecem plantas e as mais simples formas flutuantes.

geomeninas12h.blogspot.com


No Cambriano, já temos predadores com estruturas aptas ao predar, esboços de sistemas nervosos.

Mas nenhum dos predadores do Cambriano pode se comparar aos posteriores peixes.

Nem estes aos anfíbios e o período dos amniotas mais primitivos.

Igualmente, os dinossauros, como o T. rex, possuiam o cérebro do volume do cérebro de um gorila (se o corpo era grande e compensava "para baixo" as capacidades, é outra questão).

Raptores caçavam em grupos.

Neste mesmo período, os mamíferos já andavam pelas sombras e tocas, com cérebro grande em reação ao corpo.

Mesmo hoje, não podemos comparar o cérebro das mais antigas aves com as araras e papagaios (ainda mais considerando a proporcionalidade dos cérebros com seus corpos).

O mesmo para os cães, os mais sofisticados - no grupal - dos predadores terrestres, ou das orcas e golfinhos.

Qual o motivo disso?

O básico, é que diversidade gera uma complexidade "média" maior, e inteligência é um fator de sucesso garantido na predação.

Obs.: Expliquei por meio de um modelo matemático simples e didático a questão aqui:



E quem preda, por simples economia (balanço de energia), se alimenta melhor.

Explico: é melhor eu deixar a vaca comer a grama e engordar, digerindo aquele material difícil de digerir e depois ir lá e comê-la, aproveitando-me de todo o trabalho realizado.

Na verdade, o "parasitismo", em sua mais ampla definição, é a chave de tudo.

Sagan tratava bem a questão, dizendo que todos os animais parasitam, até indiretamente, as plantas (e somaria as cianobactérias, as ditas "algas microscópicas").



Por uma exocladística

Cladística: A cladística é um método de classificação que reflete as relações filogenéticas entre os organismos, baseado na análise de caracteres.


Destaquemos uma frase:

Existe mais diferença entre alguns tipos de bactérias do que entre você e um dinossauro.


Devemos considerar também que podem haver mundos onde a vida evoluiu produzindo apenas fotossintetizantes* e algo similar aos nossos fungos, permanentemente aos digerir, sem jamais o desenvolvimento de um sentido, uma percepção, um reflexo ou mesmo uma estrutura que permita movimentos, e por sem estes, jamais também uma inteligência.

E mesmo assim, similares aos nossos fungos, exatamente por isso, podem certas formas de vida extraterrestre apresentarem movimento, como os mixomicetes. Lembremos que temos formas de vida animais, na Terra, com fases da vida móveis, e fases fixas, como as hidras.

* Ou geotermossintetizantes, seres vivos que aproveitem fontes termais para produzir nutrientes, o que temos aqui na Terra, comprovadamente, embora não necessariamente não sendo oriundos de seres que num determinado momento no tempo dependeram - fizeram parte de ecossistemas - da energia do Sol.

www.asturnatura.com - Myxomycota





Algumas profecias


Profecias Exoplanetárias de Francisco, O Herege (ou P.E.F.!):

1) Serão cada vez mais raras as estrelas nas quais ainda não tenham sido descobertos sistemas planetários ou proto-planetários.
2) Serão cada vez mais descobertos sistemas planetários com distribuições relativamente comparáveis as de nosso sistema.
3) Serão descobertos mais e mais corpos na faixa ideal para a vida, tal como em nosso sistema solar.



Exobiologia está dentro da metodologia científica?


Na Wikipédia: Exobiologia

Análise simples:


1) Não se afirma que existam lesmas redondas verdes com pintinhas roxas em Gliese 581 d.** Observam-se a profusão de planetas pela galáxia, já em nossa proximidade (que não passa de uns 1000 anos-luz, 1% do diâmetro só da galáxia) e buscam-se observações que comprovem uma atmosfera oxidante, que por si já seria fortíssima evidência de vida.

**Entender a ironia desta frase, e seu objetivo, que contém profunda relação com a Filosofia da Ciência, é fundamental. Como sempre, recomendamos um de nossos mais esforçados trabalhos:


2) No "local", procura-se evidências de vida, nem que seja com técnicas e recursos que ainda nem dispomos, em Marte (talvez apenas fóssil), Europa e nos satélites de Saturno (destacadamente, Encélado).

3) Sempre existe a possibilidade de vida em cometas, asteróides e meteoritos, nem que seja como registro fóssil.

4) Na Terra, procura-se experimentações de que a vida se forme com relativa facilidade na escala planetária (qualquer planeta com as características próximas da Terra) e na química trivial pelo universo.

E por n mais outros motivos, é ciência tanto observacional quanto experimental.



Na verdade, é tão falseável que estamos em permanente teste das hipóteses "existe(existiu) vida fora da Terra" e sua contrária "não existe (existiu) vida fora da Terra". Perceba-se que a primeira exige apenas, por exemplo, encontrar-se um fóssil de mínima bactéria em Marte. A segunda, exige a impossível verificação em todo o universo, portanto, testamos por motivos de limitação, somente a primeira, que é caracteristicamente científica.



Recomendação de leitura

O artigo do qual foi tirada a comparação dos tamanhos de exoplanetas acima:




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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Aliens (ou vida extraterrestre) III




Algumas observações em minhas discussões sobre vida extraterrestre.




Sou um defensor com unhas, dentes e mais um bocado de química de que a vida seja uma característica absolutamente trivial no universo, tanto quanto água formar belos cristais.


Mas...

Também afirmo com segurança que dentre todos os milhões de táxons da vida na Terra, só o nosso produziu processo civilizatório (e cá entre nós, sem mesmo este ser grandes coisas).

Assim, acho arriscada toda a afirmação por "vida inteligente" e "civilizações".
Para uma posição sólida, mas um tanto distante da minha:





Equação de Drake

Tenho de confessar pela enésima vez: o artigo - como muitíssimos outros - da Wiki em inglês causa-me inveja.



Merece uma caprichada tradução.




Por hora, concentremo-nos numa questão:

Seguidamente, pessoas discutindo sobre vida extraterrestre abordam a equação de Drake com todos os seus fatores. Isto é adequado a tratarmos civilizações, não vida extraterrestre, que inclui de primitivíssimas estruturas até formas de vida simplíssimas que teriam passado bilhões de anos em uma "estase evolutiva genérica" não chegando a ser mais que algo parecido com nossos vermes.

Da Wiki PT: Em Biologia, estase significa os períodos, durante a evolução, em que as espécies se mantêm relativamente sem mudanças.

Nós mesmos*, na Terra, passamos centenas de milhões de anos não produzindo mais que bactérias.

*Lembre-se: você é uma bactéria modificada, assim como um cogumelo ou um pé de couve, logo, "nós" é o pronome adequado.



Nível Civilizatório


Percebamos que biologicamente, não diferimos em coisa alguma dos caçadores da África de 200 mil anos atrás. Nenhum de nós hoje pode se afirmar, biologicamente, repito, mais evoluído que os gregos ou romanos, ou o mais inteligente de nossos pensadores e cientistas ser, por ser atual, mais inteligente que um egípcio ou um babilônico.

O que somos, e poderia tecer críticas e análises longas, é mais civilizados, predominantemente num sentido econômico.

Assim, podemos afirmar que após dominar certos recursos naturais, como combustíveis fósseis*, e uma determinada população "crítica", uma civilização extraterrestre não avance em velocidade no tecnológico aos mesmos passos que nós, e também pouco interessa que mesmo que tenha um avanço mais lento, pela sua muito maior idade, alcance níveis que ainda nem sonhamos.

*Havendo vida e geologismos, enterra-se matéria orgânica, e mais cedo ou mais tarde, chega-se a um reserva de carbono em diversas formas moleculares que seja queimáveis numa atmosfera oxidante.

Esta questão de escala da civilização, que incluiria o que poderíamos chamar de moral e algo como "ecológico", um respeito pela existência de outras espécies, e no caso, de exovida, logo, um "exoecológico", um "exoambientalismo".


Escala Econômica




("Independence Day é pouco")


Expliquemos as diferenças que se produziriam no econômico entre duas civilizações com alguns números simples:

Uma civilização que, partindo de uma escala econômica igual a nossa, a razoáveis incrementos de PIB de 1% ao ano, tenha mantido este processo por 1000 anos, desde o dia em que a Europa vivia na Idade Média e o Oriente usava ainda muito bronze, teria hoje um PIB quase 21 mil vezes maior que o nosso. Mesmo a taxas de incremento de apenas 0,1% ao ano, com uma diferença de 10 mil anos, o que os colocaria na mesma proporcionalidade que temos para as tribos erguedoras de menires da enlameada Europa de então, muitos anos ainda antes dos navegadores fenícios e dos construtores de pirâmides, teria uma escala econômica quase 22 mil vezes maior que a nossa. Para uma taxa ainda menor de 0,01%, numa diferença de 100 mil anos, ou seja, nós e caçadores nômades na África, a proporcionalidade seria das mesmas 22 mil vezes nossa capacidade de produção de bens e serviços (perdão pelo linguajar "economiquês").

Imaginemos civilizações com 1 ou 10 milhões de anos, e com taxas mais altas, ou mesmo, no nosso passinho trôpego de 1% ao ano.

Uma civilização de escala econômica de 10 mil vezes a nossa tem num projeto como o Apollo, de conquista - perdão, "pisada" na Lua (na escala de centena de bilhão de dólares dos EUA), os mesmos custos proporcionais de projeto que tem hoje um rico quando compra um caríssimo carro esportivo italiano, na faixa de 10 milhões de dólares.

Por isso tudo...

Uma civilização que seja capaz de transpor a distâncias estelares, ainda mais sem recorrer-se à velocidades de frações significativas da velocidade da luz, teria tanto interesse em ocupar nosso planeta pelos nossos recursos quanto uma navio de cruzeiro de luxo tem de atracar num porto de país miserável e saquear os nativos, em no máximo suas frutas e cabras.

Claro que aqui caberiam questões, novamente, do moral e do que defini de "exoecológico" e termos relacionados.

Por isso acho que por muito tempo, o meu amado cinema jamais conseguiu sequer arranhar a escala econômica de uma civilização "invasora". Chegou-se à brutalidade absoluta do extermínio já na literatura em "Guerra dos Mundos". Chegou-se ao exotismo das formas de vida e métodos em "Invasores de Corpos", mas jamais tocou-se na escala econômica de maneira que diria realista. A minissérie "V", dos anos 80, tinha essa escala gigantesca, mas pecava pela "busca de alimento", que já seria um problema da própria viagem.

Sobre "água", tratarei noutra blogagem.





Aliás, algumas destas bobagens são recorrentes, mesmo em filmes bem produzidos e até contando histórias interessantes, e pretendo em breve tratá-las

Uma coisa adianto, e aqui mostra-se o gênio de H. G. Wells: no filme dos anos 1950 mostra-se o militar apresentando a "estratégia militar" dos marcianos, fazendo arcos onde destroem tudo. Entenda-se, e tal é mostrado nas entrelinhas da versão de Spielberg, que não trata-se de coisa militar alguma, e sim, os marcianos estão ceifando a terra - aliás, a Terra - pois nem de nosso vegetais necessitam, e querem cultivar os deles, e no caso, os humanos já entram na adubação.

Como bem disse Loki no divertidíssimo Os Vingadores: An ant has no quarrel with a boot. (Uma formiga não tem desavenças com uma bota.)

Ou, no atormentado ex-policial Ogilvy de Guerra dos Mundos de Spielberg: This is not a war any more than there's a war between men and maggots... This is an extermination. (Esta não é uma guerra mais do que há uma guerra entre homens e vermes ... Este é um extermínio.)

Mas não nos preocupemos...

Civilizações capazes de produzir os recursos e a energia** para transpor estas distâncias devem levar seus mundos consigo, em escalas de cidades, já Carl Sagan apresentava em Cosmos, e ali, com questões de engenharia que não nos são impossíveis, nem muito menos quebrando leis da Física, apenas, na nossa escala econômica, ainda muito distantes.

Recomendo: Bussard ramjet

**Pode-se estabelecer um balanço entre recursos e energia, quando coloca-se que maiores velocidades implicam em enormes energias, e menores velocidades, em escala de engenharia no limite do imaginável.

Disto, temos que um civilização se interesse muito mais por construir mundos que exterminar formiguinhas interessante em seu mundinho movido por muito anos quanto muito por energia nuclear, mesmo de fusão, e suas jornadinhas até mundinhos próximos, por sinal, com mais recursos a serem explorado que o mundinho onde fica o formigueiro.

Quanto a energia, basta lembrar que recebemos de uma estrela, e qualquer sistema planetário assim o é, apenas a sombra que produzimos, de onde podemos concluir que em termos de energia, o que define um sistema planetário e sua estrela é um enorme desperdício de energia iluminando outras estrelas e um bocado de espaço que nem precisa dela.

Sei o quanto tem sido criticada a atual divulgação científica desta revista, mas vale até para entender os próximos conceitos:  Captar energia das estrelas
                                                                 community.playstarbound.com


Talvez sejamos nós, no futuro, com nossa natureza de chimpanzé carniceiro, que venhamos a ser os invasores de alguma pacata e mais atrasada civilização.

O diabo é um otimista se acredita que pode piorar as pessoas. - Karl Kraus, novamente.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Aliens (ou vida extraterrestre) II

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Nem tudo no mundo da divulgação científica são notícias, citações e referências e debates sérios.


Ludus est necessarius ad conversationem humanae vitae.
- Tomás de Aquino



Continuação de: Aliens (ou vida extraterrestre) I


Os Planetas, o Substrato à Vida

Consideramos anteriormente a presença de vida em corpos  celestes de pequena massa, mas não consideramos lá sua formação.

Na verdade, eu desconsidero a possível formação de vida em corpos de pequena massa, logo pequena gravidade, por vários fatores: impossibilidade de se formarem grandes massas de voláteis (fundamentalmente, gravidade); os gases para formar as moléculas bioquímicas (só se tem grandes quantidades de qualquer coisa numa atmosfera qundo se tem grande atmosfera), os fenômenos elétricos atmosféricos para propiciar estas reações (só possíveis numa grande atmosfera), os "geologismos" para reagí-los e complexá-los (incluindo marés em oceanos), a escala de todos estes reagentes para tudo propiciar.


Para formas de vida complexas, o problema ainda é maior. Complexidade, na verdade, implica em fragilidade - é mais fácil matar um elefante que uma colônia de bactérias numa lata de atum, em morrer-se fácil sob pequenas mudanças de condições - um grande felino como o leão morre num clima frio rapidamente, por hipotermia, e lá estão bactérias na Antártica. Só temos extremófilos simples, e jamais existiu sequer um mínimo verme que viva em água fervente, ou um exótico artrópode que viva na presença de determinadas atmosferas. Temos até peixes que vivem em águas quentes e ditas tóxicas*, mas sempre há limites para animais e plantas complexas, e em toda a história da vida, coisa alguma muito diferente de determinados limites a Paleontologia tem mostrado.

* Ver Poecilia sulphuraria, em Pérolas, peixes, pH, dilúvio e uma dita tautologia I - O inconstante meio

Claro que aqui, colocaria satélites de grande porte, e nisto, o filme Avatar ousou e digo que acertou com sua Pandora, pois devemos sempre ter em vista que temos no nosso sistema solar satélite maior que Mercúrio, Ganímedes, de Júpiter. Embora um problema a tratar-se seria a incidência de fortíssimo campo magnético, que por si não é nocivo a vida, mas que é nocivo à vida indiretamente pois faz o satélite ser bombardeado com radiações oriundas do vento estelar.

Mas notemos que o tamanho do satélite não é o que garante sua atmosfera, como percebemos já com Ganimedes e Titã, de Saturno.


mexicanskies.com

Ainda não podemos afirmar que grandes planetas rochosos, em tamanho e massa como Vênus se formem ao redor de gigantes gasosos, pois a própria composição de nossos satélites de gasosos já aponta para outras características, mas nem só de acreção vive a formação planetária e de seus satélites, mas também de captura.

Uma probabilidade que corajosamente coloco é que da mesma maneira que formamo-nos com nossa Lua no impacto de uma proto-Terra menor que a Terra e de um irmão de Marte, Theia, em tamanho, segundo apontam todas as evidências e modelos, talvez exista por aí, e em breve descobriremos não só a existência mas a taxa, proto-super-Terras que colidiram e produziram uma super-Terra e um satélite do mesmo tamanho (ou aproximado, lógico) da Terra, que mantenha sua atmosfera, passe por marés e síntese em sua grande e densa atmosfera e hoje seja uma "lua" habitada, sem sofrer com campos magnéticos e auroras, entenda-se o termo, radioativas.

Quanto a atmosfera, a própria Titã já nos mostra que agregar uma grande  densa atmosfera não é por si solução para o propício à vida, pois um excesso de hidrocarbonetos me parece propiciar um ambiente não muito reativo, ainda que este satélite mesmo já nos mostre que uma certa atividade química sempre ocorre, mesmo naquelas temperturas e nauela homogeneidade de poucas substâncias polares e reativas, como, como exemplar contrapartida, mostra-se Vênus, apenas inadequado nestas variáveis pelo seu incinerador efeito estufa .

Dentro do enorme zoológico que são os corpos celestes, como hoje sabemos, e mais variado ainda os comportamentos orbitais, tudo é possível no astrofísico e seu espectro.


O otimista acha este o melhor dos mundos. O pessimista tem absoluta certeza disso.  - Karl Kraus (1874 - 1936, escritor austríaco)


Recomendo:


E mais ainda um comentário, que destaco:

A ideia é cativante. No entanto, pelo modernos modelos de formação planetária, se crê que gigantes gasosos se formam sempre do lado de fora da chamada "linha do gelo", a parte periférica de sistemas planetários, onde há escassez de elementos pesados, essenciais tanto para o surgimento como para a manutenção de sistemas vitais. - Herberti




Estrelas Abundantes

Distribuiç​ão de estrelas por massa e favoráveis à vida - referências:

The Distribution of Stars Most Likely to Harbor Intelligent Life
http://www.ucs.louisiana.edu/~dpw9254/distribution.pdf

ON THE MASS DISTRIBUTION OF STARS IN THE SOLAR NEIGHBOURHOOD
http://www.doiserbia.nb.rs/img/doi/1450-698X/2006/1450-698X0672017N.pdf

De onde tiro:

Mass interval     Number of stars      Fraction
0.1 - 0.5                   368                   0.0400
0.5 - 1.0                   2531                 0.2700

Em breve continuo...

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pinceladas de Cosmologia em alguns de seus tons

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Inflaton

Em Cosmologia, o campo associado pelos físicos à energia potencial armazenada cerca de 10^-35 segundos após o Big Bang, resultando na repulsão gravitacional, acelerando a matéria.

A aceleração ocorre após o Big bang devido a um campo inflaton.

Ainda não é plenamente estabelecido o que este campo realmente seja e nem a origem de sua enorme energia potencial inicial.

startswithabang.com



Na Teoria das Cordas, a inflação ocorre antes do Big Bang como resultado das simetrias.


Dilaton

Em Cosmologia, dilaton é o nome dado pelos físicos o campo em Teoria das Cordas que determina a intensidade global de todas as interações, adquirindo diferentes valores em diferentes épocas cosmológicas (eras) ou em regiões remotas do espaço, fazendo variar, inclusive ainda hoje, as constantes físicas fundamentais do universo.

O dilaton pode ser interpretado como o tamanho de uma dimensão extra de espaço, atribuindo o total de 11 dimensões para o espaço-tempo na Teoria das Cordas.

Embora nas equações de Einstein nenhuma simetria entre fatores de escala do universo apareçam, ela surge na Teoria das Cordas, onde o dilaton possui papel central.

Os cenários cosmológicos de "pré-Big Bang"* e ecpirótico compartilham características, sendo que a principal está no comportamento do dilaton.

*Aspas mais que necessárias, e veremos adiante o motivo.

Soo-Jong Rey; Holographic principle and topology change in string theory, 1999 Classical and Quantum Gravity Volume 16 Number 7 L37 doi:10.1088/0264-9381/16/7/102


No cenário "pré-Big Bang", o dilaton começa com um valor baixo, tornando fracas as forças de interação da natureza e aumenta de intensidade continuamente. Neste cenário, envolve-se um campo quântico, o áxion, ao dilaton relacionado.

No ecpirótico, as colisões ocorrem quando as forças são mais fracas.

O campo dilaton está acoplado ao campo eletromagnético, levando em sua flutuação este campo à flutuações de larga escala.



Modelos Cíclicos

Existem duas abordagens principais para os chamados cenários que resultam no "Big Bang": a Gravidade Quântica em Loop - ou Laço, como dizem meus companheiros de Wikipédia lusitanos - e a Teoria das Cordas.

Na abordagem da teoria das cordas surgem por sua vez dois cenários: o chamado "cenário pré-Big Bang" e o "cenário ecpirótico".

hermes.aei.mpg.de



Cenário ecpirótico

Em cosmologia cenário ecpirótico (significando 'conflagração') é o cenário desenvolvido pelo grupo de cosmólogos e Teoria das Cordas que inclui Justin Khoury, da Columbia University, Paul J. Steinhardt da Princeton University, Burt A. Ovrut, da University of Pennsylvania, Nathan Seiberg, do Instituto de Estudos Avançados de Neil Turok, da University of Cambridge, baseando-se que nosso universo é apenas uma de muitas branas flutuando dentro de um espaço com dimensões superiores.[Nota]

Tais branas exercem forças atrativas entre si e ocasionalmente colidem. O Big Bang seria o impacto (ou "toque", como é usual expressar-se neste campo da Física) com a nossa.

Em modelos variantes de tal abordagem, tais colisões ocorrem em ciclos, com branas chocando-se e afastando-se, com expansões e contrações das branas entre os intervalos correspondentes à expansões aceleradas do universo, o que pode ser indício de uma nova colisão.

É um cenário cosmológico concorrente ao chamado cenário "pré-Big Bang" e com ele compartilha características, guardando a principal diferença no comportamento do dilaton.

westernparadigm.wordpress.com - ver esta página para uma animação das branas em seus movimentos e toques.


Uma observação: As branas colidem convertendo sua energia cinética em matéria e radiação.

Nota: Para um entendimento do que sejam branas, ,melhor ainda dizer-se D-branas, recomendamos o artigo rápido da Wiki {pt}  D-brana ou o bem mais completo da Wiki {en} D-brane, que para ser entendido, requer o conhecimento do que sejam condições de contorno de Dirichlet.



Cenário "pré-Big Bang"


Em Cosmologia, cenário pré-Big Bang foi uma tentativa pioneira de aplicar-se a Teoria das Cordas à Cosmologia, de maneira que o Big Bang não é a origem primeira do universo, mas um momento de transição. Neste cenário antes do Big Bng a expansão se acelera, depois desacelera. A trajetória de uma galáxia através do espaço-tempo neste cenário assume a forma de um cálice de vinho.

Neste cenário, o universo sempre existiu, estando no passado praticamente vazio, com forças como a gravitação inerentemente fracas.

Tais forças se intensificam e aglutinama matéria e em determinadas regiões formam um buraco negro o qual se expande à taxas cada vez mais aceleradas, separando a materia interior da matéria exterior.

Neste buraco negro, a matéria "migra" - novamente necessárias aspas - para o centro e aumenta em densidade até atingir o limite imposto pela Teoria das Cordas. Quando a matéria atinge tal densidade, expande-se em um Big Bang. Externamente a tal buraco negro, outros buracos negros se formam, cada um um universo distinto.

cerncourier.com



Este modelo começou a ser desenvolvido em 1991 por Gabriele Veneziano, combinando a "dualidade T" com a simetria de inversão temporal.

Na teoria convencional da expansão do universo, a aceleração ocorre depois do Big Bang devido a um campo inflaton.

No cenário pré-Big Bang, a inflação ocorre antes como resultado da simetria das Teoria da Cosdas, produzindo a aceleração (inflação) que permite o universo ser homogêneo e isotrópico.

O universo pré-Big Bang apresenta-se em teoria como uma imagem espelhada do universo pós-Big Bang - o que chamamos de "nosso universo", ou, numa imagem bem humana, antropocêntrica até na nossa medida de tempo, "atual".


  • M. Gasperini, G. Veneziano; The Pre-Big Bang Scenario in String Cosmology, 2002 - PDF

  • M. Gasperini; Phenomenological Aspects of the Pre-Big-Bang Scenario in String Cosmology, 1994. - arxiv.org - PDF

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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Rabiscos III


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Os mecanismos visuais da memória-
Um futuro complemento à minha série "A Origem...de muitos erros"



Recentemente, tive a desagradável experiência de me esquecer completamente o nome de uma atriz da qual gosto muito.

Lembrava perfeitamente de sua imagem, lembrava de seu trabalho em Tina, Lanterna Verde, A Última Cartada, Contato, e a pérola de antecipação que considero mas por mais que lembrasse filmes, até detalhes de seu cabelo em cada um destes filmes, não lembrava seu nome.

Explicação: a "pilha de neurônios" responsável por armazenar seu nome com sua imagem não estava associada com a "pilha" de armazenar sua imagem com os filmes dos quais participa.

Porém, mal a vi numa rápida aparição no DVD da comédia Guerra é Guerra que lembrei imediatamente de seu nome. Meu cérebro necessitava do estímulo visual, não do lembrar de uma imagem armazenada, para associar a imagem da atriz com seu nome.

Situações como esta nos levam à questão do quanto pesam tais fenômenos como uma argumentação contra o "res cogitans" (Wiki em {en} 1 ; Wiki em {en} 2) ou "cérebro radinho" (ironia), de algo que seja a mente, operando distinta e apenas conectada pelo cérebro e suas estruturas (sabe-se lá qual dentre elas seria e por que raios de mecanismos).

Se existe uma mente "somada" ou "externa" ao cerebral, como diabos não temos acesso a não ser por determinados mecanismos específicos e completamente orgânicos (visão) ao dado que estariam - anlogia aqui adequada - no HD que nossas memórias armazena?



Medo, este nosso amigo
E como a falta dele um dia foi uma necessidade


injury.com

O medo como mecanismo de proteção

O medo, antes de um inimigo do humano, é um protetor de seu sistema operando - em termos banais, sua vida.

Um agente da polícia, em missão de risco, não deve anular o medo, deve usá-lo. A intemeridade leva em determinadas atividades, mesmo coisas não violentas, como operar com eletricidade ou explosivos, ao acidente.

A ponderação da velhice e o ímpeto perigoso da juventude, 
e sua associação com os acidentes e riscos

Uma certa prudência é um mecanismo que foi em nós selecionado culturalmente, talvez mais que biologicamente, para ser um protetor de nossa própria existência. Afirmo com alguma corajosa segurança que seja cultural, pois é característicos que crianças pequenas, se veem uma porta de avião aberta, uma porta de elevador, uma escada num shopping que o seja, tristeza, não tardarão em achar que por ali podem sair voando. Até mesmo casos de irem perturbar animais selvagens em circos ou zoológicos são comuns, mesmo com um certa repulsa natural que temos, e concordo biologicamente, a certos insetos e aracnídeos, mesmo na primeira infância.

Mas uma certa imprudência, e ímpeto pelo perigo, parece-me biológicos, e claro.

Enquanto no mundo digamos primitivo, tínhamos poucos anos para nos reproduzir, e o correr riscos era necessário, até nevrálgico, para perpetuarmo-nos como espécie, corríamos riscos. Noutros termos: dânem-se os leões, siamos a copular pois nada nos restará em pouco tempo.

Ainda hoje, estes mecanismos atuam nas profundezas de nossos cérebros, vide os risco e insensatez que correm nossos jovens, da adolescência até uma maturidade que não existia em nosso passado mais remoto, pois nenhum humano durava na savana africana e mais um tanto depois, pelas florestas, desertos e planícies do undo, mais que uns 50 anos, a não ser, em insignificantes biologicamente raros casos.


Tudo nos é direcionado, no cultural, pelo hábito, inclusive,. a prudência e um medo protetor.


Sobre hábitos, recomendo: 




Linguagem


Os rudimentos de linguagem, até a sintaxe, são transmitidos geneticamente, e tal foi inclusive corroborado por duas neurocientistas brasileiras. Mas a língua, no sentido que esta tem na linguística, aquelas coisas quediferenciam o inglês do basco e o indi do chinês, no espaço e no tempo (geografia e história) é cultural, e relaciona-se com esta tão discutida jovem ciência chamada Memética. Assim, não é porque, banalidade das banalidades, que uma família tailandesa adota uma criança mulata brasileira que ela vai falar "caipirês ou baianês", e nem porque uma família italiana adota uma criança africana que ela vai falar bantu senegalês de seus ancestrais de 10000 anos atrás.


Leituras extras

Para quem estiver interessado em Conexionismo e suas oposições:


Sobre mente e linguagem, básico do básico:

  • António Damásio e Hanna Damásio; O Cérebro e a Linguagem; Revista: Viver Mente-Cérebro;  Scientific American, Ano XIII Nº143 - Dezembro 2004
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pérolas, peixes, pH, dilúvio e uma dita tautologia III

...e no meio de nós, peixes com determinadas características, incluindo presunçosos cérebros, um criacionista em dilúvio de pérolas.


À maneira que tenho de admitir que aprendi especificamente com minha amiga, Geóloga e Dra em Paleontologia Silvia Gobbo, tratemos de mais alguns "últimos suspiros suspiros de um cadáver insepulto", pois ninguém melhor que os criacionistas para apontarem pontos que temos de tratar para enterrar de vez esta anomalia do pensamento humano.

Na blogagem Mostre-me o universo... I o criacionista Spirit Tv Online (personagem relacionado a um lindo mundo de entendimento do mundo e concordância com as fés alheias, como pode ser visto - causando risadas - por exemplo, em spirittvonline.blogspot.com - Yoga, maçonaria e fé cristã) comentou o seguinte.



Se é errado misturar ciência com religião não sei porque vocês perdem tanto tempo atacando religiosos o que torna esses sites pseudocientíficos, colocando paixões pessoais acima da ciência. Eu sou religioso e acredito em Deus, mas não encontro mais ciência que seja honesta e queira discutir ciência diretamente, sempre tem essa nojeira neo-ateísta, é como se para aprender ciência tivessemos que negar a Deus, é o que mais tenho visto, uma categoria de falsos amantes da ciência que perdem todo seu tempo útil discutindo religião, principalmente discutindo o que não sabem ou levando em conta opiniões de pessoas que não são cientistas e o pior é que discutem em forma de deboche, vocês mais parecem um bando irracional de idiotas. Coisa feia.



Antes de iniciarmos, uma máxima:

A sabedoria é composta de duas partes:
1. Ter muito a dizer;
2. Não o dizer.


H. L. Mencken



Já na blogagem , o personagem insiste por caminhos ainda mais tortuosos.



Caro, sua refutação à explicação de Popper é superficial e tola. Popper classifica a teoria da evolução como uma teoria metafísica que não passa no crivo de científica porque não tem poder de antecipação, ou seja, a teoria não pode prever como será uma raça (sic) que venha a evoluir, esse é o princípio da ciência. Ela também não pode ser falseável, para Popper a irrefutabilidade não é uma qualidade, é um vício, um erro da teoria, isso sim é muito claro. O que você cita como excelente artigo para refutar a tautologia darwiniana na verdade está demonstrando que a teoria darwiniana é tautológica, você precisa estudar mais sobre filosofia da ciência porque esse teu texto ficou bem fraco.


Nada melhor que para responder a este tipo de esperneio que citar texto acadêmico sobre o tema e mostrar ao criacionista (ou seja lá o que) o quanto está desatualizado, até mesmo sobre Popper:

Rogério Soares da Costa; O DARWINISMO NA EPISTEMOLOGIA TARDIA DE SIR KARL POPPER; Kínesis, Vol. II, n° 03, Abril-2010, p. 316 – 330 - http://www.marilia.unesp.br/


Onde devemos destacar:

"Num tal contexto, diante de tal situação de problema, o processo de tentativas e eliminação de erros e o darwinismo se tornam não apenas aplicáveis, mas quase logicamente necessários. É a estreita semelhança entre os dois que explica o êxito da teoria evolutiva, a despeito de seus defeitos, de sua formulação quase tautológica e de sua irrefutabilidade. Em suma, é por seus elementos lógicos, a priori, que o darwinismo pode ser inserido na epistemologia popperiana:
 
Se é aceitável a concepção da teoria darwiniana como lógica situacional, então poderemos explicar a estranha semelhança entre minha teoria acerca do crescimento do saber e o darwinismo: ambas seriam exemplos de lógica situacional. (Ref.: POPPER, 1977, p.179)

A fim de tornar ainda mais claro o papel do darwinismo na epistemologia popperiana, é necessário lembrar que, como salientamos amiúde, o darwinismo se apresenta, aos olhos de Popper, como uma teoria amplamente não-indutiva, ou seja, uma teoria onde os seres vivos não aprendem passivamente as constantes ambientais como na teoria de Lamarck, mas ao contrário, estão ativamente empenhados em criar hipóteses e expectativas que são submetidas ao crivo ambiental. Desta feita, o darwinismo estaria para o lamarckismo como o dedutivismo está para o indutivismo, a seleção para o aprendizado por repetição e a eliminação crítica do erro para a justificação. (Ref.: POPPER, SIR KARL; Autobiografia Intelectual. Trad. Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Motta, São Paulo: Editora Cultrix, Editora da Universidade de São Paulo, 1977.)



E lê-se do personagem mais...


Outro problema é sempre comparar a teoria da evolução com criacionismo, então compare a teoria da evolução com o design inteligente, pelo menos não dá margem para distorções, uma vez que criacionismo tem prolemas tão sérios a resolver quanto o evolucionismo.


Também é comum evolucionistas omitirem que não existem registros fósseis de espécies transitórias, mas existem registros fósseis de milhões de anos com os mesmos animas de hoje como coelhos, tartarugas, tigres, etc, ou seja, não houve derivações.





Aqui, iremos pela ironia: Sim! Basta ler já A Origem das Espécies e lá está a explicação. A ausência de fósseis intermediários já é prevista e seus motivos perfeitamente tratados por Darwin e os geólogos que com ele colaboraram. Mas claro, que pelo argumento do criacionista (pois ele o É) um coelho, uma tartaruga, um tigre, está no registro fóssil de "milhões" de anos, mas também o estará em centenas de milhões de anos, e até bilhões (deixemos aqui os pitorescos criacionistas de "Terra Jovem" e seus descalabros de fora, pois paciência tem limite). Por isso mesmo, seus evolucionistas hereges, [SARCASMO] que encontram-se abundantemente coelhos, tartarugas e tigres no Jurássico, no Permiano, no Cambriano, sem falar de baleias e, mais que obviamente para os que já me conhecem...

elefantes!
O que seria esperado pela visão "perfeccionista" dos criacionistas. 

Como a coisa se apresenta na natureza.
A dura realidade com que lida-se na paleontologia.


E ele insiste...




Por fim você começou falando no pH da água (porque você é químico e não biólogo) mas não explica como uma espécie se adaptou àquele (sic) pH, como uma espécie em um lago "evoluiu" naquele lago, uma vez que não deve ter existido uma migração de peixes de um local para outro, ou seja, teríamos que aceitar que naquele micro-habitat houve uma evolução independente de um organismo primário para um peixe com as mesmas características de outros lugares. De fato a tua explicação é "existe, tão simples e claro quanto isso", remetendo essa explicação à tautologia que você tentou refutar posteriormente.


Antes, outra máxima:


O sábio procura a sabedoria; o tolo já encontrou. - G. C. Lichetenberg
As espécies "se adaptam" (realmente, confesso, não gosto desta expressão) pois entre os indivíduos de uma população, há variações, por exemplo, de resistência à variação de pH, que pode surgir fortuitamente, ao acaso (aquela palavra que criacionistas e muitos crentes diversos simplesmente odeiam) e estes passam a ser os mais aptos, e os demais perecem, não transmitindo suas características para a descendência. 



Vale sempre lembrar:

O designer da evolução é a morte.



Tenho de perguntar para que raios haveriam de haver migrações (ou mesmo a exata similaridade com espécies de outras localizações)? Então, necessariamente, pela própria argumentação do criacionista, aqui claramente perdido, haveriam variações da mesma espécie noutras paragens? Então as espécies variam? Então evolução ocorre?!

Se ocorre/ocorreu noutra localização, por qual motivo não poderia ocorrer no local que estamos afirmando num argumento simples como este aqui apresentado?

Então a própria questão levantada pelo criacionista depõe contra seu argumento, e ele concorda que variações na espécie ocorrem, e estas são selecionadas. De um só golpe, concordou com a variabilidade das espécies e com a seleção natural. Só faltou aceitar, e aceita pois afirma também D.I., que as variações se acumulam, e as espécies se distanciam. E aceita, claro que se distanciam, voltemos à ironia, pois o designer atua (como sabemos, não é, evolucionistas hereges?! [ãh... sarcasmo]) e modifica as espécies no tempo.

Mas voltemos a sua mais que confusa linha de raciocínio: por qual motivo teria eu de explicar o mecanismo de adaptação a um pH, se exatamente existem formas de vida, como peixes, adaptadas a determinados pHs e salinidades, além de temperaturas?* Estas formas existem! Por qual motivo teria eu de explicar os mecanismos bioquímicos exatos de como esta modificação se dá, se sabemos que cargas genéticas variam (e tal é inegável, vide os animais domésticos, que já aponta desde suas primeiras páginas Darwin, ou alguém vai afirmar que ovelhas de pelo curto resistem ao frio como resistem as de pelos longos, ou gados de pelo longo não passam tormentos no calor, onde o gado de pelo ralo pasta feliz?). Mas uma vez, as modificações genéticas ocorrem, as modificações do ambiente ocorrem (o contrário afirmado seria negar, por exemplo gritante, vulcões!), e sobrevivem as aptas, e nisto, pouco interessam, num primeiro momento, os mecanismos de modificação mais íntimos, como já tornou-se patente desde a obra de Darwin, e já era observado por seus contemporâneos, independente do conhecimento de genética ou mais bioquímica que o disponível em meados do século XIX.


* Sem falar da presença de algo tão tóxico como o sulfeto de hidrogênio: Poecilia sulphuraria



A probabilidade de um criacionista ou D.I.sta dar tiros no próprio pé é proporcional ao tempo que permitamos que escreva ou fale. - Variação educada de corolários da Lei de Dinael-Teorização de Quiumento


E claro, o triste personagem continua...


Por isso a teoria evolutiva é metafísica, e pior ainda, não é embasada na observação e você utiliza fotos da teoria evolutiva para validar a teoria evolutiva, ou seja, mais do mesmo. Pior ainda, usa como referência pinturas para explicar fatos biológicos, eu poderia afirmar que os romanos aparavam as jubas dos leões por algum motivo. Pela lógica se você pode alegar que as formas de vida evoluiram porque evoluiram eu posso conjecturar sobre os romanos cortando as jubas dos leões, afinal essa é a sintese de Popper, conjecturas e refutações.


Sim, o que seria da variabilidade dos felinos de grande porte se não fossem os cabeleleiros de leões romanos, com seus estilosos cortes, combinando com os gladiadores! Basta uma visita a um museu de paleontologia e trombar-se com variações na casa das dezenas de "tigre-dente-de-sabre", quando não, em museus de História Natural, com tigres com juba, até mesmo empalhados, que foram até filmados e fotografados e o personagem patético vem me dizer pelo visto que a variabilidade das espécies, como neste banal e contemporâneo exemplo, não ocorre!



Leitura recomendada


Para entender-se porque a ausência de formas transitórias no registro fóssil é uma banalidade para a paleontologia, nada melhor que a universidade de Berkeley e seu magnífico site didático, de onde os infográficos sobre a fossilização de transicionais acima foram copiados e editados:




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terça-feira, 12 de junho de 2012

Isso não vai acabar bem...

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A crescente vigorexia feminina


De inúmeras conversas entre mim e o professor de Educação Física cubano Abel Gonzalez.


(Obs.: Por este motivo, esta blogagem flutua entre "nós" e "eu", na sua redação, desculpem-me, desde já.)


Nós homens somos obviamente aptos a receber cargas de hormônios masculinos. Nossa puberdade já dá fortes mostras disso, e com raras exceções entre os mamíferos, como as hienas, todos nossos parentes até um nível bem distante no panorama evolutivo assim o são em seus indivíduos masculinos.

Mas acredito que todos sabem que um excedente de esteroides anabolizantes - sempre relacionados, como precursores ou metabólitos, aos hormônios masculinos - em indivíduos masculinos causa uma série de efeitos prejudiciais, desde os quase imediatos - como a pressão arterial pela retenção de líquido - assim como os de longo prazo, como um aumento do risco do câncer de próstata.

Um pequeno relato:

Estando sentado em uma lanchonete em certa cidade do interior de SP, se aproxima de mim um rapaz na casa dos 30 anos, e perguntando se eu "levantava pesos", começou a me contar seu quadro: desejo de ganhar massa muscular em pouco tempo, seguiu os "sábios conselhos" de seu "treinador", literalmente entupiu-se de uma variedade de esteroides - teoricamente, nunca entendi o maldito propósito disto, e acredito que nenhum endocrinologista entenda - e apresentou o quadro completo dos efeitos colaterais: intoxicação hepática - quando de medicamentos, chamada de "hepatite medicamentosa" (em suma, o fígado "grita") [1], hipertensão arterial, excessivo libido numa fase e disfunção erétil posteriormente, etc. Detalhe: tudo isto em seis meses. Em suma, a tragédia completa, e convenhamos, pelo que vi, coisa alguma significativa de resultado dentro do pretendido.

Recomendo as referências:

1. M.L.Z. Lise; T.S. da Gama e Silva; M. Ferigolo; H.M.T. Barros; O abuso de esteróides anabólico-androgênicos em atletismo; Rev. Assoc. Med. Bras. vol.45 n.4 São Paulo Sept./Dec. 1999


Mas nesta blogagem, gostaria de me concentrar no panorama feminino do que classifico como uma variedade dentro do quadro de transtorno dismórfico corporal [4] (também chamado de dismorfofobia, embora não concordaria com a construção do termo) que defini, de maneira bem clara como diferenciada da vigorexia "clássica", modéstia à parte, como oicorexia.


Tenho percebido, nos últimos anos, com algum flutuação de gosto/tendência/moda em alguns segmentos, como o que seriam as madrinhas/rainhas de escolas de samba, uma crescente obsessão pelo público feminino, e como a Economia ensina, pela demanda de apreciação dos homens por tal, que sinergiza tal tendência, pelo volume corporal, focado, obviamente, no volume muscular.





Este fenômeno, claramente, é um tanto diverso do já perceptível entre o final dos nos 80 e o final dos anos 90, com claramente nuances de vigorexia, com os casos que destacaria de Mylla Christie [2] e Linda Hamilton (esta, especialmente após sua preparação para Exterminador do Futuro 2, com o tempero que sofre de bipolaridade), que assumidamente tornaram-se "viciadas em exercícios". Notemos que aqui há um destaque para o que chamamos de "definição", e não volume muscular.




O "mundo Hollywood" não fica muito atrás, ainda, neste cenário: Scott Sonnon; Exercise Addiction or Healthy Habit?

Refs.: 2. Monica Gailewitch; A nova estética muscular



Mais um caso, relacionado ao pitoresco, e até no próprio meio, um tanto criticado, fisiculturismo "hipertrófico" feminino:

Determinada fisiculturista gaúcha

Certa fisiculturista, 'exagerando na dose', apresentou quadro completo dos sintomas perceptíveis: alteração da voz - que é exatamente a mesma alteração que eu, por exemplo sofri, aos meu 13 ou 14 anos (acho), barba, e finalmente, a gota d'água, a meu ver, para dar entrevista falando dos perigos dos esteroides: a perda de cabelo. com as características "entradas" que são típicas do sexo masculino. Como cereja no bolo, reclamando que foi levada a isto pela influência e ação de outros, como coisa que as aplicações fossem feitas pela força, e os efeitos, surgidos como que instantaneamente, e como se ainda não fossem fruto da busca de certos objetivos por certos meios, ou seja, "um preço a ser pago".

Mas fisiculturistas tem um foco de competição, e seu mundo é, por definição, associado ao grande volume muscular.

Para casos menos "oico" e mais "vigoréxicos", a variável tempo para os resultados pretendidos está sempre envolvida. Em suma, o que poderíamos perfeitamente resumir com a palavra "pressa".


Mais um caso, nas palavras da própria:

Determinada ex-BBB:

"Porém tomei consciência de que realmente nada dura para sempre e em dois meses vi mudanças absurdas no meu corpo e na minha saúde".



Aqui, as questões de cinética química, da velocidade das reações, sempre cobrará seu preço.


Resultados de determinada escala em determinado tempo implicam em consequências nocivas da modificação de determinadas cinéticas bioquímicas. - Até prova em contrário, máxima de minha autoria.

Falando de cinética química, é evidente que o humano, ou qualquer organismo, não é um sistema químico simples, e enzimas e hormônios não podem ser tratados como catalisadores em uma reação química de meia dúzia de reagentes, mas certas questões podem, sim, ser aproximadas. Uma coisa é eu, com meus mais de 100 quilos, receber altas doses de hormônios. Outras coisa é um corpo que na verdade, muscularmente, é metade do meu, com a genética que não é a XY que possuo, pelos anos que tenho levando testosterona e seus metabólitos e precursores pelo corpo.

No panorama do feminino, esta minha máxima e observações apresentam já clássicas fatais evidências, mesmo no bem estruturado e focado universo do fisiculturismo:

Da mesma maneira, como seguidamente tratei com meu amigo Abel, uma coisa é um primata poligâmico, como um gorila, com seus 200 quilos de peso corporal, ou os enormes testículos e próstata dos chimpanzés, exatamente pelo seu comportamento poligâmico, receberem pesadas doses de esteróides, assim como herbívoros como os cavalos [3], ou os bovinos, com seus pesos na escala de centenas de quilos. Outra coisa é um mamífero abaixo dos 100 quilos, predominantemente monogâmico (os biólogos meus amigos diriam "harmoniosamente compartilhantes", ou algo mais bonôbico, mas acho que me fiz entender).

Somemos outro caso, em direção ao que pretendemos tratar [4], especificamente.


Refs.:

3. Campanha nacional alertará sobre anabolizantes

4. Ballone GJ, Moura EC; Transtorno Dismórfico Corporal e Muscular


Certa ex-vendedora de loja de shopping em Campinas

Determinada moça, muito bela, a ponto de ser destacada em site de concurso de beleza, passou a apresentar um certo foco de ganho de massa muscular para se adequar ao modelo "popozão" que é relacionado aos grupos do dito "funk". Fora as enormes próteses de seios, passou a ganhar enorme volume de glúteos e coxas, obviamente passando por uma certa "aditivação" na sua suplementação alimentar.

Resultado: o que chamo de voz "atravecada", que é diferente da voz intensa de certas mulheres, que tem um certo tom "aveludado", como são as vozes de determinadas atrizes que citaria como exemplo, como as brasileiras Marisa Orth, Carolina Ferraz (cujo porte físico é inclusive pequeno) ou a estadunidense Linda Fiorentino. Trata-se da voz em falsete, um tanto forçada, com "miados" ao final de certos trechos, tratados entre determinados amigos com a piada do "diz chiclete!". Ocorre devido a modificação da geometria das cordas vocais, a mesma geometria que alterada produziu a minha voz, fazendo-a cair, como a maioria dos homens, uma oitava na puberdade, comparada com uma terça que cai nas mulheres (muito mais simplesmente por uma aumento do tamanho proporcional do "instrumento" do que por uma modificação das proporções deste com o restante do corpo - no popular, o gogó ou pomo de Adão).[5]


Refs.: 5. J. G. WHITAKER; DIRETRIZES MÉDICAS AOS PROFISSIONAIS DA VÓZ CANTADA - FISIOLOGIA DA VÓZ


Descrição de dois casos similares:

Uma não tão famosa stripper gaúcha, igulamente desejando "ganho de coxas", orientada pelo namorado, do meio do fisiculturismo, após aplicação de anabolizantes, passou a apresentar a voz "atravecada", com o adicional de espessamento dos pelos do rosto (o desenvolvimento de "barba" é extremamente comum entre as fisiculturistas, especialmente entre o que poderíamos chanmar de "de terceiro mundo").

Outra stripper gaúcha, esta famosa, naquele quadro que ganha o qualificatório nas publicações masculinas de "modelo", após  aplicação de anabolizantes pelo mesmo motivo, passou a desenvolver, com descrição muito bem clara de certo companheiro, a hipertrofia de grandes lábios e clitóris (clitoromegalia), que também é associada com a questão embrionária da diferenciação sexual primordial pela qual todos passamos na gestação. No popular é mais simples: os grandes lábios embestam que tem de se tornar a bolsa escrotal masculina e o "proto-pênis" que resultará no clitóris ou no pênis, tardiamente, encaminha-se para se modificar no pênis do recém nascido.[6][7]

Refs.:

6. Dra. Dunia de la C. Castillo González, Dr. Jesús Concepción López y Dra. Mercedes González de Cárdenas; Hipertrofia del clítoris secundaria al uso del danazol. Presentación de un caso; Revista Cubana Hematología 2004; 20(3): Casos clínicos - bvs.sld.cu
7. Carr BR, Aiman J.; Steroid production in a woman with gonadal dysgenesis, breast development, and clitoral hypertrophy.; Obstet Gynecol. 1980 Oct;56(4):492-8.

Antes de avançarmos mais ainda em direção ao fundo do poço do problema que detectamos, apresentemos uma diferenciação que julgo mais que necessária para não sermos muito mal interpretados.

Os "transtornos dismórficos corporais" são um quadro amplo, mas com mecanismo profundo no mental que é similar em todas suas diferenciações. Explico: a anoréxica sempre se vê como gorda, o vigoréxico sempre se vê como fraco, e o que defino como oicoréxico, variação do anterior, sempre se vê como pequeno muscularmente.

As caracterizações de gênero acima são apenas por motivos textuais, de estilo, pois existem casos de anoréxicos masculinos, assim, como obviamente por este nosso texto, de vigoréxicos e oicoréxicos de ambos os sexos.

A estes, somam-se aqueles que nunca estão satisfeitos com a aparência, mas que ficam no terreno das intervenções cirúrgicas diversas.

Neste panorama, e aqui não trataria de questões morais secundárias que de forma algum nos interessam e enfoque em certas parafilias, enquadram-se aquelas, por exemplo, que jamais estão satisfeitas com o tamanho dos seios, como Sheyla Hershey , com a própria imagem (um caso que sempre citamos é Michael Jackson), e possuem graduações desde personagens pitorescas e diria divertidas como Ângela Bismarchi, que tem medida que diríamos ponderada de estética, porém, não diríamos que tem moderação em sua preocupação com as intervenções cirúrgicas, seguidamente, verbalizada em suas entrevistas.


Site "O Fuxico"


Seguidamente, percebemos que este quadro associa-se com a bipolaridade, como relatado para o caso de  Sheyla Hershey.


Mulher com maiores seios do mundo tenta suicídio - www.diarioonline.com.br.

Claro que estes casos moderados ou focados encontram extremos do desastre de resultados como a lendária Jocelyn Wildenstein.


www.saudeeforca.com



Mas cheguemos ao que classificamos como o "caso terminal", não tão preocupante do ponto de vista do que médicos seguidamente limitam como sendo "saúde", pois não vemos grandes riscos do ponto de vista da hepatite medicamentosa, como já citado, que é realmente um grande risco, mas acomete mais as excessivamente treinadas, com enorme ingestão de proteínas e formação de compostos nitrogenados no organismo (amônia, uréia, ácido úrico, etc), mas quando massa muscular é somada ao acréscimo de próteses de silicone, quando a própria noção do que seja estético ou minimamente harmonioso já se perdeu, numa busca apenas focada em "tamanho", e no seu efeito disseminador, epidêmico, no que já foi definido em revista de circulação nacional como "a maior de todas", Valesca.

Antes de prosseguirmos, uma observação: Valesca é claramente uma mulher de capacidade intelectual acima da média, assino em baixo devido à diversas entrevistas que assisti, e seu senso claro para o que seja "mercado", para onde deve se direcionar e seu futuro, logo, dois pontos importantes: 1) Ela saberá como se conduzir para sair disto, diferentemente de quem seguir seu "exemplo". 2) Ela tem conduzido seu futuro como atriz e produtora, independente de estética, duradouro no tempo, logo idem ao anterior.



E convenhamos, com certos resultados estéticos no panorama das próteses, aqui completamente distintos de minha definição de oicorexia, um tanto quanto questionáveis.



Seguida por hordas de meninas da dita periferia em busca de fama (similar ao de meninos em busca de posição profissional definida pelo porte físico, questão que já abordamos), esta busca de volume muscular, baseado no final em anabolizantes, sem a contrapartida do custo médico e farmacológico de controle e equilíbrio artificialmente mantido, que depende obviamente de renda, conduzirá a uma epidemia de casos diversos como os descritos acima, com o agravante de serem no organismo feminino, evidentemente não adequado a grande taxa de presença de hormônio masculino e seus correlatos.

Assim, finalmente, como eu e Abel seguidamente conversamos, "isto não vai acabar bem..."


Leituras adicionais

Vídeos




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