sábado, 6 de junho de 2009

Exterminador do Futuro: A Salvação

A salvação de uma ótima idéia


Sábado fui ver, já em meu primeiro tempo livre, não uma continuação, mas o renascimento de uma ótima franquia dos "big movies".

Exterminador do Futuro é um ótimo argumento original desde o primeiro filme, e embora "eu tenha problemas" com viagens no tempo em direção ao passado (de forma alguma para o futuro, pois afinal de contas, estou viajando a aproximadamente 60 segundos por minuto, fora as distorções relativisticas, nesta direção), a idéia de máquinas que chegam à consciência e resolvem acabar com o macacos pelados que além de empestar o planeta ainda atrapalham suas eletrônicas vidas me fascina.

Este tema inclusive será em breve tema de um gordo knol em elaboração, sobre a Singularidade Tecnológica, e todas as suas implicações em nossas vidas, desde o custo de nossos aparelhos de mp3 até mesmo o knol onde lerão este tema, ou a Wikipédia que podem ter a pouco consultado neste link.

Existe uma ponte entre Exterminador e Matrix, e imensos abismos que os separam. Em Exterminador as máquinas estão em guerra conosco, mas ainda não perdemos, apenas estamos apanhando. Em Matrix perdemos, e continuamos apanhando no pouco que nos resta, e muito. Em Matrix as máquinas dependem dos corpos humanos, em Exterminador, quanto muito precisam de algumas de nossas moléculas para produzir mais de nossos tecidos, e para usá-los para acabar conosco de vez (preferencialmente iniciando pelo macaco pelado mais criador de problemas).

Tratando do filme, máquinas pensantes pensam melhor que humanos, e constroem máquinas melhores que as que construímos, assim, nos enfrentam quase com naves de outra civilização avançada (e o são, não esqueçamos), enquanto os enfrentamos com jipes, helicópteros da guerra do Vietnã e aviões A10, usados duas vezes contra o Iraque, por exemplo.

Ou seja: as máquinas de Exterminador são fantásticas para criar máquinas melhores para acabar com humanos, e nós humanos, continuamos a usar as máquinas que construímos para matar outros humanos. Mais que tudo, Exterminador e Matrix são mostras do mesmo mecanismo paranóico que temos de que nossas criaturas sejam os nossos futuros algozes, exatamente porque carregam um tanto de nossa medíocre genialidade, a melhoram, mas muito mais de nossa assumida maldade. O mesmo sentimento que moveu o mito do Golem e posteriormente a base de todos o produtos culturais destas distopias, Frankenstein* (O Moderno Prometeu**), de Mary Shelley.

*Leiam este verbete da Wiki e mais que tudo, entenderão o que virá a seguir.

Apenas Asimov pensou em robôs que de tão melhorados no humano, são como robôs melhores (moralmente) que nós como humanos.

Talvez marchemos para **roubar o fogo dos deuses, e estes serão nós mesmos, e não nascerão máquinas, nem ladrões, de tanta maldade e frieza quanto as de Exterminador, nem de Matrix, e sim, as caracterizadas pela falta de todos nossos piores defeitos, e a chama de tal fogo roubado chegue a iluminar o mundo com luzes que nunca obtemos.

Mas isto será tema para outra abordagem sobre o que achamos que somos, e não somos, e o que as máquinas são, e na maioria das vezes, achamamos que elas não são.

Assim, saiamos da filosofia de boteco após três ou quatro cervejas e falemos de tecnologia, especialmente em Exterminador, interna e externamente ao seu universo ficcional...

Um comentário:

Ravick disse...

hum... os "defeitos" não seriam apenas características que permitiram competitividade e sobrevivência, coisa que as máquinas, julgo, não precisaram?

Ei, mudou muito desde a última vez que passei por aqui. Muito bom, Xicão! :D