terça-feira, 23 de junho de 2009

Transformers - A Vingança dos Derrotados

Mas ainda maior a ascenção dos bytes e a queda dos custos.




Hoje fui, na folga em que estou, assistir o novo Transformers. Claro que a bobajada de antes, e ainda maior, mas com a infeliz perda da graça de uma certa naturalidade na vida das pessoas envolvidas na aventura e um toque humano que agora é massacrado por toneladas de fantásticos, quase inacreditáveis, efeitos especiais, tanto de computação gráfica na modelagem quanto aplicada às tomadas, mais efeitos clássicos de explosões e perseguições. Qualidade que inclusive admiro em Michael Bay, a de fundir alta tecnologia com as técnicas clássicas, e ainda por cima, ter uma fotografia e maneira de movimentar a câmera e os "tempos" como poucos no cinema.

Saindo do cinema, fui ver a quantas andavam meus pontos numa das empresas de celular que uso, e descobri que já tinha direito a tirar de graça um celular, que embora não tenha sido (e poderia, com mais uns 1000 reais, ou ainda 300 e um plano absurdamente caro, ser o que pretendo comprar/ter em breve), mas me dei por satisfeito com um modelo com mp3 e 512 Kb de memória.

Mas onde quero chegar?

Ainda mais falando de um filme adolescente "mais que pipoca", que é nulo em ficção científica e tal nem deve ser comentado, para poupar os fãs dos robôs que formam-se por si, sem vida bioquímica e suas nobres intenções com os humanos, seus antagônicos espumando de ódio por qualquer coisa e que todos se transformam ou em máquinas de guerra (muito bem...), ou em simpáticos carros que podem ser vendidos a jovens endinheirados, agora até populares compactos ou grandes caminhões que rendem ótimos brinquedos para os que não podem comprar carros ou nem sabem qual carro que seus pais tem, independentemente de também máquinas de trabalho pesado serem incluidos entre os "bandidos" (o que me dá a entender que a HASBRO procura desmotivar o trabalho honesto, menos os de caminhoneiros, o que é muito mal...).

O primeiro Transformers, apesar de soberbo em técnica, tinha metade se não menos computação gráfica que este, e as transformações dos robôs, mesmo naquele nível de qualidade, pela complexidade, eram relativamente demoradas.

Agora são instantâneas e inclusive em pleno movimento, como correndo. Os movimentos estão mais naturais e a interação com o cenário/paisagem impressionante.

Nada mais que a Lei de Moore não cause, e nada mais que a progressão desde Tron (e antes ainda), desde Jurassic Park e dai por diante evidencie-se no cinema.

Mas, e meu celular?

Primeiro falemos de meu primeiro mp3. Era um aparelho de 256 Kb, de "grife", e custou aproximadamente 350 reais. O celular que comprei tem o dobro disto, e inclusive me foi, fora óbvia e até desnecessariamente falando, dado de graça com o celular propriamente dito.
Mas recentemente, necessitando de uma pendrive, comprei um aparelhinho de mp3 de 2 Gb por 60 reais. E pior, em pleno "shopping chão", ou se preferem, camelô.

Alongando o problema, e somando pontos ao gráfico que estou querendo que montem mentalmente, mais que visualizem, coisa abundante na internet sobre o tema para fazer, lembremos que meu primeiro computador "de grife", um IBM pentium 100 Mhz, tinha um HD de 1,2 Gb. Hoje poderia funcionar com uma sobra de meu aparelho de mp3, e ainda mais, meu Palm opera sem problemas com um cartão de 256 Kb (só guardo planilhas mesmo) e este ocupa 4 vezes mais área que o cartão de memória deste celular que comprei...perdão, ganhei como reembolso pelos excessivos gastos no serviço que utilizo da operadora.

Então pensemos: dentro em breve, os celulares terão memória de 16 vezes (ops, é o que eu queria!), os mp3 terão capacidade, por exemplo, 4 vezes maiores (ops-2, poderia comprar em qualquer loja, e mesmo determinados camelôs, se não fosse além de pão-duro, preocupado com roubos ou assaltos e seus inexoráveis prejuizos - além de garantias), computadores de mão serão tão potentes quanto seus atuais micros de mesa (ufa! ainda não são, na imensa maioria, tanto de um caso quanto de outro), etc.

Mas mais que tudo isto: o celular com as especificações que quero será o próximo celular gratuito (ou "indenizante"), o aparelho de mp3 que hoje acho além de caro arriscado será o de camelô e o computador de mesa que hoje utilizo caberá num aparelho não maior que o celular que desejo (que realmente é grande... a i n d a).

Ou seja, para todo lado, a Lei de Moore impõe sua marcha, e a correlata redução de custos e preços que lhe acompanha.

Pensemos nos seus limites.

Primeiro, o físico. Se hoje utilizamos já luz ultravioleta para a confecção de chips, pelo comprimento de onda desta região do espectro da luz, e mesmo para a gravação de discos óticos utilizamos o azul, mais "estreito" que o vermelho dos velhos CDs, em breve usaremos raios X, e raios gama, e aí enfrentaremos uma limitação física bem clara (e as questões de engenharia ao se usar estas regiões do espectro nem entram na questão, pois a limitação há, e é inegável).

Acredito que nem preciso falar que átomos tem tamanho, logo, este tamanho já é um limite físico da miniaturização.

Mas...

Em segundo, temos a limitação do espaço que ocupa-se, mesmo com miniaturização, pois um chip com componentes mais miniaturizados, se muito, mas significativamente muito e exatamente proporcional aumento de capacidade (que não necessariamente relaciona-se com a velocidade, vide o que seja a memorização), tenderá a ser maior. Logo, podemos dizer que mesmo com a miniaturização, poderá haverá o crescimento de componentes complexos.

Porém...

Como nos alerta Raymond Kurzweil, devemos ter em mente que temos paradigmas que ainda são predominantes em nossa tecnologia, e serão quebrados. Os chips, por exemplo, ocupam ÁREA e não VOLUME (no sentido de projeto, entendamos).

Assim, um chip imensamente dotado de componentes miniaturizados, tendo por exemplo 1 milhão de transistores (e nem estamos falando de algo insano, muito pelo contrário, na verdade, estamos mil vezes acima disto!), terá mil por mil transístores em sua superfície, mas se configurado para elevar-se em camadas, com apenas 10 camadas já teria 10 milhões na mesma densidade por área, e se ocupando na mesma densidade volume (dadas as diferenças, óbvio), e homogeneamente, já poderia ter 1 bilhão, e nos tamanhos dos atuais chips, poderíamos ter chips com milhares de a capacidade dos atuais, por exemplo, com cubos de arestas de idênticas medidas aos chatos (planos, perdão pelo trocadilho barato) chips de hoje.

Assim, basta hoje para ganhar o celular que deveria comprar, esperar mais alguns meses, o mp3 que caberia um número mais confortável de minha gorda coleção de música ser quase descartável no camelô da esquina, ou o computador que hoje faz a tarefa que desejo com aspecto profissional sem ter de recorrer a um prestador de serviço ser comprável no supermercado por menos que uma televisão obsoleta (sim, esqueci este mundo da eletrônica em feroz avanço), e assim por diante.

Imagine o que representará, em capacidade de memorização de dados (seja valores, seja informação textual), a base sobre a qual construimos nossa tecnologia e economia, ou mais ainda, o que representará a troca destas informações, ou esta "pressão" sobre a humanidade. E tudo isto com custos ainda decrescentes.


Mas também bastará esperar mais um tanto, e o carro que você estará dirigindo poderá ou ajudar a conquistar a garota mais bonita da escola (mais que os de hoje já fazem) ou lhe salvar da mais perigosa (coisas que os de hoje só fazem quando você foge neles).

Nenhum comentário: