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E comem minhocas! Não necessitando de complexas papinhas enfiadas por tubos em repulsivas gargantas humanas.
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Textos não formais sobre ciência e tecnologia.
Aleksandr Ivanovich Oparin (1894-1980).
Uma representação artística da terra primitiva, e a meu ver, com um exagero na transparência da atmosfera ("The Earth's Birth", de Bonestell).
O experimento de de Urey-Miller, de 1953 só veio corroborar com o raciocínio, na verdade simples, de Oparin.
Equipamento do experimento de Urey-Miller.
Este experimento, embora num primeiro momento aparentou não ter produzido a ampla variedade de aminoácidos necessários à síntese de proteínas dos atuais seres vivos, mais tarde demonstrou, com mais avançadas e precisas técnicas de análise química, produzir 17 aminoácidos, purinas e pirimidinas, necessárias à síntese dos ácidos nuclêicos.
Para mais informações, recomendo:
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/A/AbioticSynthesis.html
O que é mais interessante, ainda mais para mim, com minha formação em Química e uma larga experiência em síntese orgânica, é que este experimento é destituido de catálise. Nada mais há que os gases e a fonte de energia. Inexiste o contato, por exemplo, com minerais granulados, como haveria em uma geologia, ainda mais com a variedade da geologia terrestre, que independe da composição (ao menos em determinados níveis) da composição da atmosfera.
Sabe-se lá que sem número de diversos compostos poderiam ter se formado numa atmosfera planetária (não um balão) em reações promovidas por raios da escala atmosférica (e não faíscas) durante milhares/milhões de anos (não horas).
Mas o que é interessante para nossa apresentação é que temos de entender que já pela obviedade clara e evidência indiscutível, gases simples, moléculas simples, produzem moléculas mais complexas.
Lembremo-nos e tal será útil adiante, que já no experimento de Urey-Miller, independente dos resultado comprovarem de maneira definitiva a formação de TODAS as moléculas necessárias a compor um ser vivo, já obtemos aminoácidos, e devemos destacar que tipo de molécula é esta.
Um aminoácido é uma molécula que possui "um lado" amina, -NH2 e um lado , um radical ácido carboxílico, -COOH, podendo ser representado por H2N-R-COOH, onde R pode ser um enorme número de "construções" de átomos de carbono. Trataremos com mais detalhes estes compostos no nosso próximo texto.
Tratando mais um vez de ultravioleta/radiação solar na síntese de compostos orgãnicos mais complexos que o metano, a literatura hoje é vasta em pesquisas neste campo, tendo se tornado uma "moda", tanto entre biólogos, bioquímicos, químicos e astrofísicos/astrônomos, e citarei apenas alguns exemplos:
Paul Bruston, Henri PoncetFrançois RaulinClaudina Cossart-MagosRégis Courtin
UV spectroscopy of Titan's atmosphere, planetary organic chemistry, and prebiological synthesis : I. Absorption spectra of gaseous propynenitrile and 2-butynenitrile in the 185- to 250-nm region
IcarusVolume 78, Issue 1, March 1989, Pages 38-53
F. Raulin and P. Bruston
Photochemical growing of complex organics in planetary atmospheres
Advances in Space ResearchVolume 18, Issue 12, 1996, Pages 41-49 Proceedings of the F3.1, F3.4, F2.4 and F3.8 Symposia of COSPAR Scientific Commission F
Aliás, pesquisando para somar aos dois artigos acima, citados em debate meu sobre o tema, encontrei esta "fonte concentrada", apenas para o caso de Titan (lua de Saturno - e lembrando que já POUSAMOS nesta lua, e não apenas a observamos à distância):
Bibliography of References Relevant to the Chemistry of Titan’s Atmosphere – 1/9/05
http://psarc.geosc.psu.edu/TITAN/TitanChemBiblio.pdf
Superfície de Titan.
Ou seja, havendo gases e a ação da radiação solar, complexam-se as moléculas e aumentam as combinações que o carbono propicia.
Assim, ao meu estilo de avançar sobre determinados temas: Cresciam os dominós para triminós, e tetraminós, e destes, com presença de átomos diferentes do carbono, mais cedo ou mais tarde se chegaria à escala de combinações ainda mais complexas.
O processo triplo alfa:
Os pentaminós:
E se a origem da massa de qualquer partícula tem a ver com o bóson de Higgs, a origem de todo o universo, onde está a totalidade da massa de nosso universo (e isso que apenas ele é, sua massa e energia, seus campos e sua ocupação de espaço e tempo), a origem de tudo que vemos e somos no bóson de Higgs está.
Mas a origem dos bósons de Higgs seria OUTRO problema...
Voltando.
Outro ponto é que produzir antimatéria exige na nossa atual tecnologia, e muito de nossa física, enorme quantidade de energia, e tal processo é inviável, embora permita delírios de ficção os mais variados - Star Trek que o diga - (e mesmo como delírios tecnológicos, bem fundamentados).
Percebamos que manter qualquer partículas (ainda mais objetos mesmo de gramas) flutuando no ar ou espaço contra a gravidade exige campos magnéticos gigantescos, de enorme potência elétrica para os produzir, e não algo que possa ser colocado numa mochila, e muito menos, que tal campo possa ser produzido por dois eletromagnetos opostos, e sim por um toróide, ou anel, apenas para a flutuação e ainda mais, que não poderá, se em dois pólos ou anel, enfrentar a ação da gravidade em ângulo ortogonal à sua ação.
Ou seja: NÃO VIRA A AMPOLA, DAN BROWN! :)
Um feliz sapinho flutuando com um poderoso campo magnético:
Já berílio é só um elemento escolhido pelo nome bonitinho. ;)
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sharetv.org |
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glenngreenbergsgrumblings.blogspot.com |
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A Horta, forma de vida baseada em silício de Star Trek (stevyncolgan.blogspot.com). |
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naoentendonadadecinema.blogspot.com |
Podemos pegar uma partícula aqui, tirar todos os seus "dados" e colocá-la noutro lugar? Sim e não é a resposta.
Podemos pegar um próton, extrair grande parte de suas características e fazer outro próton praticamente idêntico, mas sempre faltará alguma coisa. Aí que entra uma característica básica da natureza, descoberta e estabelecida como um dos princípios fundamentais da Física, que é o Princípio de Incerteza de Heisenberg.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_da_incerteza_de_Heisenberg
Nós podemos determinar sempre QUASE tudo de uma partícula, mas não tudo. O mesmo se daria para nêutrons e elétrons, e assim, nestes, átomos e moléculas, pois tudo na natureza é composto de partículas quânticas.
Por outro lado, poderíamos transformar todas as partículas em fótons e transmití-los por meios de "ondas de rádio", e retransformá-los em outras partículas do outro lado da "linha de transmissão" (aliás, é exatamente esta a solução para a falta de naves menores na produção da série clkássica de Star Trek, e que resultou no teletransporte).
Mas o problema é que quantidade de energia envolvida seria imensa, pois transformar partículas mássicas em fótons parte de fótons de altíssima energia mesmo para elétrons, no que seja geração de par, e o que se dirá para partículas imensamente mais pesadas como os prótons e nêutrons, o que aliás, somente foi produzido na natureza no Big Bang e não mais depois.
Para os interessados, pois aqui a coisa não é tão leve:
http://en.wikipedia.org/wiki/Matter_creation
http://en.wikipedia.org/wiki/Annihilation
http://en.wikipedia.org/wiki/Electron-positron_annihilation
Aliás, é MUITO pesada:
http://en.wikipedia.org/wiki/Big_Bang_nucleosynthesis
http://en.wikipedia.org/wiki/Lambda-CDM
Mas desconsideremos estes "pequenos" problemas.
Problema ainda maior e mais simples de ser entendido seria a administração dos dados das posições de todas as moléculas de um corpo humano, aliás, de todos os seus átomos, pois somente 18 gramas de água têm 6.10^23 moléculas. Se somos 70% para mais de água, então um Montgomery Scott, quando ficou gordinho teria umas...
James Montgomery "Jimmy" Doohan (1920-2005), saudades dos mais divertidos momentos da série, na minha opinião.
Deixemos os cálculos para lá, e continuemos considerando que a idéia oriunda da necessidade da produção da série originou um dos mais delirantes sonhos tecnológicos da humanidade, ao de se deslocar à velocidade da luz para distâncias curtas sem necessidade de um veículo.
A seguir:
Evolução das outras civilizaçõesNos passos futuros de sua série e derivados, criou até a associação dentro deste esquema pluritário de antigos inimigos, como vemos os klingons (em clara citação ao império soviético e o fim da guerra fria). Ou seja, transcende o étnico humano para o "interespécico", a comunhão entre seres vivos (mesmo com as notórias limitações até de produção, caracterizando espécies pelo simples acréscimo de maquiagem na testa - embora tenha acrescido na série "clássica" até uma preocupada "mãe" a base de silício).
Destaco também um tratamento desde o primeiro momento respeitoso pela fictícia porém bela religiosidade dos klingons.