segunda-feira, 27 de abril de 2009

Hipótese Gaia

Hipótese Gaia, muitas vezes chamada de teoria de Gaia (em citação a deusa grega da Terra) é uma tese do pesquisador britânico James Lovelock que a biosfera (todas as formas de vida) do planeta Terra são capazer de produzir, regular e manter as condições do meio ambiente. Esta conceituação foi apresentada originalmente em 1969.

Esta é a que chamo de hipótese Gaia moderada, que afirma que os seres vivos são uma grande força geológica.

Afirmações mais corajosas, e eu diria temerárias, afirmam que a Terra é um ser vivo. Eu discordo radicalmente eaté afirmo que não se pode dizer uma besteira destas. A Terra não tem um organism uma consequência de seu interior, logo, nem mesmo na superfície os seres vivos formam um conjunto único (e nem mesmo em fluxo biunívoco de fenômenos) com a geologia.

O mesmo já não se pode dizer dos oceanos, massas de água menores e da atmosfera, e isto veremos.

Juntamente com a bióloga norteamericana Lynn Margulis, Lovelock analisou compartivamente a atmosfera da Terra com a de outros planetas, vindo a propor que a vida na Terra altera nossa atmosfera, criando as condições para sua sobrevivência até proliferação.

A teoria, mesmo em sua forma original, mais moderada, foi vista com descrédito pela comunidade científica, ganhando inúmeros simppatizantes leigos entre místicos, "new agers", mas relativamente poucos pesquisadores.

A teoria ganhou corpo em aceitação com a fenomenologia do aquecimento global. Aqui trataremos de apresentar alguns fenômenos da história da Terra, que comprovam não só que a vida interfere na geologia do planeta, mas que o processo evolutivo aliado às modificações causadas pela própria vida propiciam novas formas de vida, abordando a questão Gaia de uma maneira ainda mais moderada, mas sólida.

Óxidos de ferro e Archaea

Archaeas são minúsculos organismos descobertos em rochas vulcânicas do estado norteamericano de Idaho e em minas na África do Sul, a mais de dois quilômetros de profundidade. Chegam a ser tão exóticos que ganharam a classificação num reino biológico exclusivo, fonte ainda de controvèrsias entre os biólogos, mas a questão aqui é apenas da classificação, e não da natureza exótica de seu metabolismo.

O que não se discute é que sejam monocelulares e sem membranas celulares, tal como as bactérias. Quanto a seu metabolismo, estes seres de ambientes extremos (extremófilos) alimentam-se de hidrogênio, compostos sulfurosos, manganês e óxidos de ferro, e até de metais pesados e seus compostos, e dispensam em seu mundo a ação da luz solar.

Sua própria descoberta perturbou as suposições originais de que a vida teria se formado inicialmente na superfícies dos mares e lagos ricos de nutrientes, como já o pensava Charles Darwin.

Oxidando derivados de enxofre, o metano, o ferro e outros metais, modificam a geologia nas quais estão significativamente, e podemos afirmar com segurança que muito do que vemos hoje no mundo, em especial as "terras vermelhas", ricas em óxido de ferro (III) (Fe2O3), partindo de óxido de ferro (II) (FeO).

Assim, podemos afirmar hoje com segurança que estes seres vivos (que talvez formassem um grupo imensamente mais numeroso em variedades e gigantesco em volume) tenham transformado uma paisagem acinzentada em nosso divertido mundo de grandes extensões vermelhas, como se vê na África, na Ásia, na América do Norte, na Austrália e até em nosso Brasil.


Fotossintetizantes e o oxigênio

Antes de surgirem os seres fotossintetizantes, a atmosfera era um acúmulo de metano, amônia, nitrogênio e dióxido de carbono. O metano havia se tornado mais raro pois muito de seu volume havia sido consumido na formação de toneladas e mais toneladas de seres vivos, na produção de aminoácidos. A amônia era muito reativa, e igualmente entrou na formação dos aminoácidos. O nitrogênio é bastante inerte - aliás, há substâncias que são extremamente explosivas não porque se decompõe em outras com extrema facilidade, mas sim porque a inerte molécula de N2 se forma com imensa facilidade. Já o CO2 estava disponível em abundância. Bastava surgirem organismos que consumissem a enorme disponibilidade deste gás com o uso da abundante energia solar para proliferarem, aliás, como bactérias.

Iniciada a era dos fotossintetiantes, nossa atmosfera nunca mais foi a mesma, e tornou-se inclusive tóxica para inúmeros organismos, e até passou por períodos de taxa de oxigênio mais alta que os 20% de hoje, como o Carbonífero, permitindo insetos enormes por facilitar sua respiração.


A seguir

Regulação de temperatura
Nossa presença como escala geológica
e nossa influência já antiga no meio ambiente

Nenhum comentário: